ATA DA DÉCIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 17-3-2011.

 

Aos dezessete dias do mês de março do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul Torelly, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Nilo Santos e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Toni Proença e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador Carlos Todeschini, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 019/10 (Processo nº 3997/10). Ainda, foi encaminhado o Ofício nº 234/11, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 013/11 (Processo nº 1071/11), Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício nº 197/11, do senhor Prefeito; e Comunicados nos 290760, 290761, 290762, 290763, 290764, 290765, 290766, 290767, 290768, 290769, 290770 e 290771/11, do senhor Daniel Silva Balaban. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Sétima, Oitava, Nona, Décima, Décima Primeira e Décima Segunda Sessões Ordinárias e da Quarta Sessão Extraordinária. Após, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: s/nº (Processo nº 0842/11), de autoria do vereador Adeli Sell, do dia cinco ao dia nove de abril do corrente, no Seminário “+ Más Gobierno Local – Fortaleciminento de las capacidades y calidad del gobierno local”, em Buenos Aires, Argentina; e s/nº (Processo nº 0986/11), de autoria do vereador Waldir Canal, do dia vinte e oito ao dia trinta e um de março do corrente, no Seminário Nacional Projetos Municipais com Recursos Federais no Novo Governo, em Brasília – DF. A seguir, o vereador João Antonio Dib procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de Requerimento solicitando esclarecimentos acerca de normas regimentais atinentes à constituição e funcionamento de Comissões Parlamentares de Inquérito neste Legislativo. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, à apresentação de projetos visando à Copa do Mundo FIFA 2014. Compuseram a Mesa: a vereadora Sofia Cavedon e o vereador DJ Cassiá, respectivamente Presidenta e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o senhor João Bosco Vaz, Secretário Extraordinário da Copa de 2014; o senhor Newton Baggio, Secretário Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico; os senhores Rogério Baú, Eunice Muniz da Silva, Ernani Borges e Airton Schuch, servidores da Secretaria Extraordinária da Copa de 2014. Após, a senhora Presidenta concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, incisos I e II, aos senhores João Bosco Vaz e Newton Baggio, que se pronunciaram sobre o tema em debate. Durante o pronunciamento dos senhores João Bosco Vaz e Newton Baggio Gonçalves, foi realizada apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Suas Senhorias. Na oportunidade, a senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, da senhora Jussara Maria Barbosa Acosta, Defensora Pública-Geral do Estado do Rio Grande do Sul, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que convidou os senhores vereadores para o 7º Encontro dos Defensores Públicos do Rio Grande do Sul, a ser realizado nos dias vinte e quatro e vinte e cinco do corrente, no Município de Canela – RS –, e procedeu à entrega, à senhora Presidenta, de cartilha elaborada pela Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Também, o vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando a realização de convênio entre a Câmara Municipal de Porto Alegre e a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, com o objetivo de capacitar os servidores desta Casa no atendimento dos cidadãos. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, Sofia Cavedon, Dr. Raul Torelly, Sebastião Melo, Adeli Sell, Airto Ferronato, Carlos Todeschini, Luciano Marcantônio, Elói Guimarães, Alceu Brasinha e Tarciso Flecha Negra. Ainda, os vereadores Reginaldo Pujol, Beto Moesch, Sebastião Melo e Engenheiro Comassetto manifestaram-se acerca do assunto em debate. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, aos senhores João Bosco Vaz e Newton Baggio. Às dezesseis horas e trinta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e quarenta minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Sebastião Melo, pelo Governo, Elói Guimarães, Pedro Ruas, Elias Vidal, Mario Fraga, Luiz Braz, Aldacir José Oliboni, este pela oposição, Idenir Cecchim e Carlos Todeschini. Na oportunidade, o vereador Sebastião Melo manifestou-se acerca do pronunciamento do vereador Elói Guimarães em Comunicação de Líder. Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se a vereadora Sofia Cavedon. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Sebastião Melo, em tempo cedido pelo vereador Luciano Marcantônio, e Idenir Cecchim, em tempo cedido pelo vereador Luiz Braz. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 2ª Sessão,o Projeto de Lei do Legislativo nº 073/10 e os Projetos de Lei do Executivo nos 010 e 011/11. Às dezoito horas e onze minutos, nada mais havendo a tratar, a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados pelo vereador Waldir Canal. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Questão de Ordem.

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, ontem à tarde formulei uma Questão de Ordem à Mesa e, por muito extensa que era e por sugestão do Ver. Pedro Ruas, eu a estou encaminhando por escrito à Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. João Antonio Dib, farei o processamento e encaminhamento do seu pedido. Apregoo a Questão de Ordem do Ver. João Antonio Dib (Lê.): “[...] quanto à legalidade do funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar fatos relativos ao Programa de Saúde da Família, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, objeto do Processo nº 4479/10 [...]”.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje este período é destinado à apresentação dos projetos visando à Copa de 2014. Convidamos para compor a Mesa o Ver. João Bosco Vaz, Secretário Municipal da Copa, e o Sr. Newton Baggio, Secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico.

 

(A Verª Sofia Cavedon assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Boa-tarde, senhores e senhoras. Sejam bem-vindos os Secretários Baggio e João Bosco, agradecemos muito o pronto atendimento à solicitação da Comissão Especial. Esta Quinta Temática é uma promoção da nossa Comissão Especial da Copa, cujo Presidente é o Ver. Airto Ferronato. Solicito que o Ver. Airto Ferronato, representando o conjunto dos Vereadores, faça parte da Mesa.

De imediato, passo a palavra ao Ver. João Bosco Vaz, nosso Secretário da Copa, que fará uma introdução, para depois passarmos à apresentação técnica especificamente.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Verª Sofia Cavedon, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero agradecer por esta oportunidade. Eu solicitei esta oportunidade ao Ver. Ferronato, que é o Presidente da Comissão Especial da Copa aqui na Câmara. Eu insisti ao Vereador que instalasse a Comissão Especial, porque a Secretaria da Copa precisa trabalhar em conjunto com esta Casa e com a sociedade civil organizada. Pedi à Vereadora-Presidente que nos desse esta oportunidade, para que a gente possa passar às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores o que, de fato, está acontecendo, de que maneira Porto Alegre está se preparando para receber a Copa de 2014.

Antes de passar a palavra ao Secretário de Gestão, o Sr. Newton Baggio, quero explicar às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores que a Secretaria da Copa é uma Secretaria de relações institucionais, de articulação e coordenação. As obras de mobilidade urbana estão todas ligadas à Secretaria de Gestão, com o Secretário Newton Baggio. Por isso eu o convidei para que vir aqui, juntamente com os técnicos da SECOPA, que eu gostaria que fizessem parte da Mesa: Engenheiro Airton Schuch, Engenheiro Rogério Baú, Engenheira Eunice Muniz da Silva e Arquiteto Ernani Borges.

A partir deste momento, eu passo a palavra ao Secretário Newton Baggio, para que ele possa explicar às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores tudo que está sendo feito em Porto Alegre. Muito obrigado pela oportunidade de relato que estão nos dando.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Quebrando um pouco o protocolo, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, e agradecendo aos nossos Secretários, quero dizer que a Drª Jussara Acosta, Defensora-Geral, veio fazer um convite especial à Câmara de Vereadores. Considerando as nossas dificuldades de agenda e também da Defensoria, queria valorizar a vinda dela, uma mulher à frente da Defensoria. Quero lhe passar a palavra, é uma honra de tê-la conosco.

 

A SRA. JUSSARA ACOSTA: Boa-tarde a todos e todas. Estou aqui para convidá-los para o 7º Encontro dos Defensores Públicos, que será realizado nos dias 24 e 25 de março, na cidade de Canela, com a participação de Defensores Públicos-Gerais e Defensores Públicos de todo o Brasil. O tema do encontro será direitos humanos. Nós estamos nos preparando para a Copa de 2014, à semelhança dos senhores, pelo que vi da apresentação, anterior a mim, do Secretário. Nós gostaríamos de contar com a presença de todos os senhores, dada a importância, a relevância do tema que nós, Defensores Públicos, trataremos. O Ministério da Justiça escolheu o Estado do Rio Grande do Sul para sediar o seminário, e espero que saiam diretrizes básicas para todo o País sobre direitos humanos. Então, eu gostaria de contar com a contribuição de todos os senhores, que se fizessem presentes no nosso evento, que será sobremaneira valorizado com as suas presenças. E noticio que o Sr. Governador do Estado, o Dr. Tarso Genro, se fará presente também. Obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada, Drª Jussara.

 

(A Srª Jussara Acosta faz a entrega da Cartilha da Defensoria Pública à Presidente Sofia Cavedon.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, a Drª Jussara está nos entregando uma Cartilha da Defensoria Pública - nós, que tantas vezes recebemos pautas individuais de cidadãos e não sabemos como encaminhá-las. É possível que a Câmara acesse essas cartilhas, para tê-las nos gabinetes. A Cartilha está no site da Defensoria. Podemos ter uma quantidade disponível a todos os Vereadores.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Eu não sei se é propriamente uma Questão de Ordem, mas, aproveitando a presença da Defensoria Pública aqui, eu queria fazer uma modesta sugestão, como Vereador e como cidadão. Como disse a nossa Presidente, por inúmeras vezes as pessoas nos procuram, porque não têm condições de conseguir um advogado. Eu proponho uma espécie de relações públicas, uma pessoa altamente qualificada para ser a ponta de lança no momento em que a pessoa chega à Defensoria Pública, porque as pessoas já chegam tremendo, desesperadas, mal sabem falar às vezes, e, se nós não tivermos um treinamento eficaz... Eu vou propor, inclusive, nesta Casa, pela Escola do Legislativo, fazer uma espécie de treinamento para todas as portarias da Casa, para todos os funcionários, porque hoje o grande problema é saber atender as pessoas. Aqui também chegam pessoas, às vezes, com problemas mentais; às vezes as pessoas são taxadas de loucas, mas não são loucas, são cidadãos que, de fato, estão sofrendo muito, muito, muito, não só nas periferias, e os direitos são desrespeitados. No dia 15, que era o Dia do Consumidor, praticamente nada se falou sobre isso, e nós somos diariamente torpedeados nos nossos direitos. Então, é uma modesta sugestão que faz este Vereador, aproveitando para louvar o trabalho meritório da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Adeli. Acho que todos os Vereadores se sentem representados pela nossa preocupação em sintonizar mais as ações da Câmara com a Defensoria, porque ela pode ser uma grande parceira no encaminhamento das questões. Talvez possamos organizar uma atividade aqui com a senhora, explicando o funcionamento da Defensoria, e os Vereadores sugerindo alternativas e combinando um fluxo mais dinâmico.

 

A SRA. JUSSARA ACOSTA: Srª Presidente, coloco-me inteiramente à disposição.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Que bom! Muito obrigada pela sua presença, Drª Jussara Acosta. Eu peço mil perdões ao nosso Secretário Baggio. Nós passaremos, agora, à sua exposição técnica, mas era importante valorizarmos a vinda da Defensoria.

O Sr. Newton Baggio, Secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, está com a palavra.

 

O SR. NEWTON BAGGIO: Mais uma vez, boa-tarde a todos e a todas. É uma satisfação estar aqui para, rapidamente, apresentar aquilo que é a preparação da Cidade para a Copa do Mundo no que se refere à Matriz de Responsabilidades e ações vinculadas à mobilidade urbana.

Nós temos que fazer um breve relato, porque isso faz parte da história da preparação desta Cidade. Desde 2008, a Secretaria do Planejamento, à época coordenada e comandada pelo nosso Prefeito José Fortunati, preparava a indicação, a habilitação da nossa Cidade como uma das cidades-sede da Copa do Mundo. Fizemos um trabalho grande, articulando todos os órgãos do Município, buscando basicamente responder às questões solicitadas pela CBF e FIFA, que se relacionavam a um questionário e a um elenco de obras que se tornariam necessários para a qualificação da Cidade. Fizemos esse trabalho, e, quando Porto Alegre foi escolhida como uma das cidades, eu recebi um e-mail de um consultor da Abdib - Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base. Ele, como era consultor, não poderia ter se manifestado antes, mas estava me relatando a satisfação por todo o trabalho que eles desenvolveram aqui na prospecção das questões urbanas, das questões de infraestrutura e por, finalmente, Porto Alegre ter sido escolhida. Esse foi, vamos dizer assim, o início de todos os trabalhos. Esses trabalhos estão lá na Secretaria do Planejamento, na Secretaria de Gestão, permitem que a gente possa avaliar a história de preparação da Cidade.

Depois daquele episódio, o Governo Federal realizou, com todas as cidades-sede, a assinatura de um documento chamado Matriz de Responsabilidades, no qual estão indicadas todas as obras que foram selecionadas e aprovadas pelo Governo Federal. Inicialmente a cidade de Porto Alegre tinha um número menor de obras, e, depois, por iniciativa do nosso atual Prefeito, foi ampliada a participação de Porto Alegre em volume financeiro e, consequentemente, em obras, em função de que, aqui em Porto Alegre, não haveria investimentos públicos nos estádios, nos equipamentos esportivos. Então, o Prefeito Fortunati entendeu solicitar a inclusão de novas obras nessa Matriz. Foi feito um aditivo à Matriz, e hoje temos basicamente dez obras ou dez itens constando da Matriz.

Nós vamos fazer uma apresentação rápida para vocês entenderem. Desculpem-me se eu falar um pouco de alguns aspectos técnicos; afinal, é da minha natureza, sou arquiteto da Prefeitura, da Secretaria do Planejamento, e a gente tem um certo desvio técnico ao colocar certas observações.

 

(Procede-se à apresentação de PowerPoint.)

 

O SR. NEWTON BAGGIO: Sobre os recursos da Matriz de Responsabilidades: a Matriz foi assinada em 3 de janeiro, recebeu um aditivo em 29 de abril, foi incluído no artigo a questão do Aeroporto. Todos com recurso de operação de crédito da Caixa Econômica Federal, no Programa Pró-Transporte; todos os recursos de financiamento - 483 milhões de reais -, incluída a contrapartida do Município. As cartas-consulta encaminhadas à Caixa foram de dez obras listadas, aprovadas e publicadas no Diário Oficial, e os contratos foram assinados no dia 10 de julho de 2010. Aqui está a relação de obras: o corredor da Av. Tronco; o corredor da 3ª Perimetral, constando cinco obras de arte; o corredor da Av. Padre Cacique e Av. Edvaldo Pereira Paiva; o monitoramento dos corredores de ônibus; o BRT das Avenidas Protásio Alves, Assis Brasil, Voluntários da Pátria e do Terminal São Pedro; o prolongamento da Av. Severo Dullius; o Complexo da Rodoviária e o BRT da Av. Bento Gonçalves. Essas são as obras públicas. O Estádio consta da Matriz, é uma iniciativa privada, assim como o Aeroporto consta da Matriz e é uma iniciativa pública federal.

Rapidamente, vou indicar, para cada um dos itens, os seus componentes. Na Av. Tronco haverá a implantação de um corredor e a duplicação da avenida - é uma previsão de mais de quarenta anos do Plano Diretor de Porto Alegre. Infelizmente, a área foi sendo ocupada, e hoje nós temos um problema social sério nessa região, o que está gerando um programa, que é o Plano Habitacional para a Av. Tronco. A Av. Tronco ligará desde a Av. Icaraí até a 3ª Perimetral, com uma rótula de dimensões avantajadas na Av. Gastão Mazeron e, depois, a conexão com a Av. Teresópolis. O custo total será de 82 milhões, o financiamento federal será de 78 milhões, e a contrapartida municipal será de 4 milhões de reais. Os dados do projeto básico ficarão prontos em maio de 2011, as desapropriações em abril de 2012, e as obras seriam executadas a partir de 2012 a junho de 2013. Isto é uma síntese desta obra.

Esta é a imagem que vocês podem ter da Av. Tronco. Aqui, na parte mais à esquerda, é a conexão com a 3ª Perimetral, e ela faz esse trajeto se conectando lá com a Av. Icaraí junto ao Hipódromo.

Aqui estão indicadas algumas outras intervenções. Esta é uma área com a qual estamos em tratativas, em negociação com a Divisão do Levantamento do Exército, para a relocalização de famílias e a execução de praça, que é aquele triângulo mais ou menos lá no meio. É a execução de uma praça de um hectare, o que gerará um equipamento de lazer para a população, além de outras conexões viárias, que farão a funcionalidade desse contexto. Esta é a área de intervenção. Para vocês terem uma ideia, ela aqui já está com o seu desenho básico.

Estes são elementos do projeto viário, não vou me deter. Aqui são as ocupações que existem. Esta é a rótula da Av. Gastão Mazeron. Agora, a Av. Edvaldo Pereira Paiva e Av. Padre Cacique. O valor total é de 82 milhões, com financiamento de 78 milhões e uma contrapartida de 4 milhões. Um corredor exclusivo na Av. Borges de Medeiros a partir da Av. Ipiranga em direção à Zona Sul fará conexão e ligação com o Terminal de Integração, que está previsto junto ao Hipódromo. O projeto básico, julho de 2011; as obras, de fevereiro de 2012 a maio de 2013. Estes são os trechos que estarão em obras. Vocês podem perceber que há um trecho na Av. Edvaldo Pereira Paiva que já está em obra, por isso ele não é aqui refletido. Vejam o corredor da Av. Padre Cacique e Av. Borges de Medeiros, e este trecho aqui, junto à Usina do Gasômetro, é a complementação de todo o traçado viário previsto no Plano Diretor.

Estas são algumas imagens: a rótula próximo ao Gasômetro; obras de arte da 3ª Perimetral - são cinco obras de arte. Em função de, no seu momento de execução, não terem sido contempladas, hoje se constituem num gargalo de circulação na Cidade, extremamente complexo, onde foram incluídas. Num valor de 120 milhões, tem financiamento federal de 94 e uma contrapartida municipal em torno de 25 milhões - para ficarem prontas, as obras, em janeiro de 2014. Vocês imaginem a complexidade e a logística que vai ser executar cinco obras na 3ª Perimetral e os impactos que essas obras terão na Cidade. Portanto, além da questão da engenharia específica da obra, haverá uma engenharia - a EPTC está se preparando para isto - para o impacto da realização das obras nesse período.

Esta é a 3ª Perimetral com as obras ali indicadas: um viaduto na Av. Bento Gonçalves, uma trincheira na Rua Anita Garibaldi, uma trincheira na Av. Plínio Brasil Milano e uma trincheira na Av. Farrapos. Estas são imagens, não é o resultado do projeto de engenharia, que ainda está sendo ultimado; fazem parte da carta-consulta da Caixa, são indicações. Esta é a trincheira da Av. Farrapos. Aqui é a Av. Plínio Brasil Milano, no local em que passa por baixo da 3ª Perimetral. Aqui a Av. Cristóvão Colombo também. Não temos outras imagens, mas estas servem mais de ilustração do impacto e da grandiosidade das obras.

Sobre a Av. Voluntários da Pátria: a duplicação da Av. Voluntários da Pátria está prevista há muitos anos no Plano Diretor da Cidade, e, com a chegada da BR-448 lá no bairro Humaitá, nós teremos uma funcionalidade diferente para essa avenida, teremos outras exigências. Então, essa foi uma das obras que o Prefeito Fortunati conseguiu que fosse aditada na Matriz de Responsabilidades. Os senhores sabem que as previsões do Plano Diretor lá estão, embora elas não sejam todas factíveis, porque existe uma realidade: prédios a serem desapropriados ou prédios tombados a serem utilizados. Esse foi um grande problema que nós tivemos de enfrentar. Primeiramente, foram feitas três alternativas. A previsão do Plano Diretor era de duas alternativas de binário, que a EPTC produziu e que nós levamos ao Conselho Municipal do Patrimônio Histórico do Município. Naquela ocasião, o Conselho do Patrimônio, um dos seus representantes, o Instituto dos Arquitetos, pediu vista e manifestou-se contrariamente à demolição que estava preconizada de alguns prédios, em especial de algumas fachadas.

Então, voltamos à discussão; nós nos reunimos, fizemos avaliações junto ao Conselho do Patrimônio Histórico, junto à Secretaria de Cultura, e foi proposta a alternativa de um canteiro central num determinado trecho. Um canteiro central de dimensões relativamente grandes que comportasse, em especial, um conjunto de edificações chamadas porticadas, que ficariam preservadas nesse canteiro central e que, segundo informações da Secretaria da Cultura, são do nosso arquiteto, talvez, de maior renome, o Theo Wiederspahn. Então, houve essa alteração, foi encaminhada novamente ao Compahc, que aprovou por unanimidade essa alternativa. O valor é de 24 milhões, e a contrapartida é de 6 milhões. Aqui vocês podem ver a avenida sendo duplicada. Aqui é o que a perspectiva faz, mas a realidade é outra. Aqui, os prédios que são porticados. O quarteirão que indiquei é onde estão construídos esses prédios, eles é que serão preservados. No resto, a avenida permanecerá com o seu traçado original. Também há uma pequena exceção junto a uma instalação do DMAE, próxima à Rua Câncio Gomes, porque ali também há alguns prédios a serem preservados. Então, haverá uma adequação aos prédios.

Sobre a Av. Severo Dullius: a Av. Severo Dullius, basicamente, é um compromisso do Município com o Aeroporto. Vocês todos sabem, os Vereadores sabem da dificuldade que é circular pela Zona Norte de Porto Alegre. Nós temos a Av. Sertório e a freeway, depois disso não temos ligação nenhuma que permita, vamos dizer, a permeabilidade e a circulação de veículos particulares, transporte ou ônibus. Então a continuidade da Av. Severo Dullius é importantíssima para descomprimir e dar mais funcionalidade à Av. Sertório. O valor da obra é de 21 milhões de reais com uma contrapartida de 2,4 milhões de reais do Município, e a previsão da execução é maio de 2012 a junho de 2013. Esta é a Av. Severo Dullius. Vocês podem ver que ela se conecta à Av. Assis Brasil. Nesta avenida nós também teremos alguns remanejamentos de população, mas ela terá uma funcionalidade, porque há um compromisso do Big em executar a continuidade da Rua Dona Alzira, que fará a ligação da Av. Severo Dullius com a Av. Sertório, pela Rua Dona Alzira. Posteriormente, então, deverá seguir até a Av. Assis Brasil e conectar-se com as restantes áreas da Zona Norte da Cidade.

Sobre o Complexo da Rodoviária, ou o “x” da Rodoviária, o nome que quisermos usar: todos sabem da grande dificuldade que é aquela região. Então foi projetada uma elevada ligando a Av. Júlio de Castilhos à Av. Presidente Castelo Branco. E é essa a obra que nós vamos mostrar. Ela passará junto à Rodoviária e ligará diretamente a Av. Júlio Castilhos à Av. Presidente Castelo Branco. Isso não resolverá todo o problema do “x” da Rodoviária, mas teremos uma grande melhora da circulação urbana nessa região. Esta é visão da localização da elevada.

Vou falar sobre o sistema de transporte coletivo. Até aqui falamos das obras viárias que estão vinculadas a essa circulação. O monitoramento de corredores, que é uma demanda da EPTC, terá um custo de 14 milhões de reais; teremos o monitoramento dos corredores, em especial do corredor da Vila Tronco, da Av. Padre Cacique e da 3ª Perimetral. Sobre o BRT da Av. Protásio Alves: substituição de todo o pavimento da Av. Protásio Alves por pavimento de concreto e a adequação de suas estações de transbordo, de forma que atendam ao sistema BRT; num valor de 55 milhões de reais. Este é o traçado da Av. Protásio Alves com os seus terminais. O corredor da Av. Assis Brasil, que é um corredor exclusivo de ônibus também, terá um valor de 29 milhões de reais, ele precisa ser todo atualizado e renovado. Ele também virá da Zona Norte e se conectará nesse trajeto todo. Essa é uma questão que ainda não está sendo desenvolvida, porque há entendimentos, com o Governo Federal, no sentido da implantação do metrô em Porto Alegre. Se até junho deste ano houver uma sinalização concreta do metrô, essa obra não será executada, porque nós não executaremos uma obra de corredor sobre um futuro viaduto; a não ser que isso se transforme num processo de longo prazo, aí sim a Prefeitura vai reexaminar essa questão. O gasto com o BRT da Av. Bento Gonçalves é de 24 milhões de reais, com as melhorias dos terminais. Aqui também aparece o traçado dele. Aqui é o Terminal Antônio de Carvalho, onde haverá as melhorias. E aqui é o conjunto de todas as ações previstas para a Copa, as obras de mobilidade.

E aí eu vou colocar para vocês algo que quem conhece a Secretaria do Planejamento sabe. Nós, quando começamos a construir essas ideias todas, imaginamos o seguinte: as obras são isoladas, mas o que nós temos é um território urbano que tem toda a sua continuidade, toda a sua interligação. Na concepção da Secretaria do Planejamento, nós identificamos o que chamamos de território preferencial da Copa, e as obras estão circunscritas a esta região, que vai da BR-116 pela 3ª Perimetral, e aqui, na parte baixa, o corredor da Av. Tronco, em tom mais cor de rosa. Em toda esta região nós identificamos áreas de qualificação e de investimentos na Cidade, com vista à Copa do Mundo.

Essa foi uma apresentação rápida, sucinta. Estou à disposição para esclarecimentos, se for o caso. Antes, eu gostaria de acrescentar que vamos disponibilizar - ainda não temos este elemento disponível - um software, um meio eletrônico aos Gabinetes dos Vereadores, que poderão acompanhar o desenvolvimento dos projetos, das obras, dos cronogramas, dos custos. Ao software é possível anexar atas de reuniões, todos os elementos que compõem a história de um projeto. É um trabalho em conjunto com a PROCEMPA, ele nos dará a transparência que nós achamos que devemos ter para todas essas questões. Assim que o software ficar disponibilizado plenamente, com todas as informações passadas, também com as que demos agora, nós encaminharemos a senha aos Vereadores, para que possam acessar e acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos. Obrigado a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, não é propriamente uma manifestação, é uma consulta que eu faço ao Secretário. Certamente, ele tem a minuta do pronunciamento que fez aqui conosco, com a ordem dos vários compromissos que forma o conjunto do Plano. Eu consulto se seria possível disponibilizá-lo para nossa orientação, inclusive há uma série de informações que eu tentei coletar, mas não foi possível, fui chamado à atenção para outras finalidades. Se V. Exª pudesse viabilizar essas informações, eu ficaria muito grato.

 

O SR. NEWTON BAGGIO: Eu tenho à disposição aqui, também podemos mandar via e-mail para todos os Vereadores.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu pediria à nossa Assessoria de Informática que copiasse as informações, a fim de que elas sejam disponibilizadas na página da Câmara de Vereadores para serviço da população e para todos os Vereadores.

O Sr. João Bosco Vaz, Secretário Municipal da Copa, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Só para uma informação: os Vereadores podem acessar o site da Secretaria da Copa, que é www.secopapoa.com.br, em que há todas as informações sobre Copa - obras, histórias da Copa, as pessoas que eu recebo em audiência -, está tudo lá.

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; nossos convidados, Secretário Newton Baggio, Secretário João Bosco Vaz; demais acompanhantes; nosso colega Ver. Airto Ferronato, que propõe a Frente Parlamentar da Copa, é importante este momento aqui, porque serve para nós conjuntamente - Executivo, Legislativo e sociedade - fazermos uma reflexão sobre o que estamos construindo, quais são as dificuldades que advêm e o que nós deixaremos como legado para a Cidade e para a sociedade com o tema da Copa do Mundo.

Essa intervenção urbana, que é uma grande consertação urbana, está acontecendo neste momento não só em Porto Alegre, mas em todas as Capitais onde haverá a Copa do Mundo e em muitas outras Capitais que não serão sedes. Falava isso para o Secretário João Bosco Vaz e já me coloco à disposição, porque sou membro representante dos Vereadores do Brasil no Conselho Nacional das Cidades, que se reunirá nos próximos dias 29, 30 e 31 de março. O Conselho está se reunindo justamente para fazer a avaliação final dos temas do PAC relacionados à Copa e à mobilidade urbana, em que entra o tema do metrô de Porto Alegre.

Nessa política que está sendo construída no Brasil, uma política de desenvolvimento urbano, há um conjunto de intervenções que estão sendo realizadas, relativas ao tema da mobilidade urbana, do saneamento básico, dos projetos de regularização, dos projetos habitacionais e da intervenção relacionada à Copa. Então, esses cinco eixos estão sendo desenvolvidos concomitantemente, e, antes de a Presidente dar aprovação final - o nosso Presidente Nacional do Conselho é o Ministro Mário Negromonte, que esteve aqui na semana passada -, eles passam pelo Conselho. O Conselho é formado por 86 membros, oriundos de todos os segmentos públicos e privados, do setor da indústria, do setor construtivo, até dos movimentos de luta pela moradia. Então, nos dias 29, 30 e 31, o Conselho estará se reunindo, e desde já nos colocamos à disposição para levar os temas não só de Porto Alegre como também do Rio Grande do Sul.

Então, em relação a esse tema do desenvolvimento urbano, é claro que vão surgir muitos conflitos: reassentar famílias, deslocar vias, desapropriar, restaurar. Há um tema que Porto Alegre ainda não resolveu, e trago aqui como sugestão... Porque o sistema está criado como o Conselho Nacional, o Conselho Estadual, e eu estive reunido ontem, no Governo do Estado, com a Secretaria de Habitação, que é responsável por coordenar o Conselho Estadual das Cidades, que tem os conselhos municipais. Porto Alegre, como já tem o Conselho do Plano Diretor, tem uma interface de dubiedade ainda instalada, e creio ser extremamente importante que pudéssemos tratar disso, porque aí são os segmentos da sociedade vindo juntos, dando sustentação a todos esses projetos e ajudando a resolver as intervenções que possa haver. Temos que aproveitar bem essa política de desenvolvimento urbano, porque, quando se fala das grandes intervenções, obviamente não é só para o advento daquele mês da Copa do Mundo, deve haver resultados efetivos para a Cidade.

Eu fiquei com uma dúvida quando V. Exª, Secretário, falou que a estação de transbordo vai ser junto ao Hipódromo. Pergunto: é a mesma que estava prevista para o Largo Zumbi dos Palmares e que depois foi levada para próximo do Beira-Rio? Quero saber se é a mesma. Inclusive, dentro da redefinição que está havendo, se o senhor pudesse trazer especificamente sobre o BRTur, porque agora vem o tema do metrô, e o Ministro, na audiência que houve aqui com as autoridades, com o Prefeito, disse que Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte estão em primeira ordem; basta agora concluirmos e efetivarmos os projetos, porque eu já sei que a equipe está pronta. Provavelmente agora, nos dias 30 ou 31, será efetivada essa questão, e o senhor alertava aqui que, saindo o metrô, temos que rediscutir o eixo da Av. Assis Brasil e tudo mais. Então, creio que poderíamos já pensar, porque este é um tema polêmico e importante para a Cidade: a questão do tema dos Portais associada ao metrô, porque, até então, sempre veio para esta Casa a discussão dos Portais dissociada do metrô, e nós sempre dizíamos que isso não podia, que não deveria ser dissociado. Então, agora está chegando o momento de fazermos essa compatibilização dos modais. Cumprimento os Secretários e a equipe.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Comassetto. Eu queria propor aos senhores fazermos pequenos blocos, porque o Secretário Newton Baggio já gostaria de responder.

Também pediria aos Vereadores que não se chateassem com isto, mas, como haviam deixado o número um vazio aqui, eu me inscrevi, porque às 15h30min vou representar a Casa na posse do Sr. Túlio Zamin, o que é importante. Eu gostaria de poder intervir, então, como número um, antes do Ver. Comassetto. Após, ouviríamos as respostas, de dois em dois, ou de três em três. Pode ser? (Pausa.) Vou ser a segunda, Ver. Comassetto, bem registrado. Não vejo o Ver. DJ Cassiá. Eu sei que ele está sempre aqui, às vezes não o enxergo, e ele fica chateado.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver. Toni. Eu queria agradecer muito à equipe, aos Secretários e aos Vereadores que estão compondo a Comissão Especial. Acho muito importante entendermos bem para podermos ser interlocutores qualificados da população. Tenho muita dúvida sobre o tema da Copa e também trago sugestões. Quero levantar três aspectos sobre os quais tenho dúvida. Um deles é o Projeto Copa Verde no Brasil. Eu queria ouvir dos Secretários o que caracteriza a Copa Verde. Nós temos grandes expectativas na cidade de Porto Alegre; além do Programa Integrado Socioambiental, do tratamento do esgoto, que é muito importante, esperamos que uma parte dos investimentos, de fato, seja para a qualificação ambiental.

Nós temos em Porto Alegre dois grandes cases que poderiam ser propulsores de uma melhor qualidade de vida: o Delta do Jacuí, as nossas ilhas, uma relação com o Governo do Estado, e também o Morro Santa Teresa, que fica de frente para o estádio da Copa. E nós estamos nos manifestando junto ao Governo do Estado - “nós” eu digo os Vereadores e a cidade de Porto Alegre -, há um movimento dos porto-alegrenses pela transformação do Morro Santa Teresa num parque. É possível que isso faça parte da Copa Verde? Há outro aspecto? O Ver. João Bosco falava do acesso limitado de carros, de alternativas viárias que sejam menos poluentes, elas estão pensadas?

Aí já engato um segundo aspecto, que é um aspecto talvez não planejado, mas pulsante em Porto Alegre, e acho importante fazermos um recorte. Eu sei que em alguns desses projetos está colocado, entre parênteses, mas muito pequenininho, o tema das ciclovias, das ciclofaixas, do acesso à bicicleta, o tema dos bicicletários. É uma grande oportunidade de a Cidade pensar nessa permeabilidade, nessa valorização, nessa proteção, no estímulo ao uso da bicicleta. Isso está previsto ou não está previsto?

O terceiro aspecto é o aspecto do turismo. Eu sei que o Governo Municipal está imbuído do desejo de que seja um evento para incrementar o turismo, de que a cidade de Porto Alegre mais uma vez se coloque no imaginário da população mundial como um eixo de turismo, uma possibilidade de turismo, em função da movimentação que haverá aqui, principalmente com as melhorias que acontecerão. A nossa orla, a nossa Zona Rural, o ônibus turístico, o transporte fluvial - nós estamos conectando essas ações? Eu sei que vocês não vão dar conta de tudo, mas seria possível conectar alguns projetos-pilotos? Inclusive há uma sugestão de que a Ilha Grande dos Marinheiros tenha toda uma remodelação combinada com área de habitação, no sentido de que a gente possa ofertar um passeio nas Ilhas diferenciado. Falo de algum projeto-piloto que incremente as atrações turísticas na cidade de Porto Alegre em função da Copa. Essa é a questão.

Finalmente, sobre a mediação com a população nessa grande movimentação: eu assisti a uma reunião do movimento social, e em torno de nove mil famílias, considerando Vila Dique, Nazaré, considerando o Pisa, terão movimentação nesses anos em função da Copa. Não sei se é exatamente esse número, mas sei que é uma movimentação bastante grande. Qual o cuidado que o Governo Municipal está tendo em relação ao diálogo, à construção e à solução dialogada com essas famílias? Nós já tivemos, lá no início do Projeto Vila Dique, muitos conflitos que acabaram vindo parar na Câmara de Vereadores, audiência pública... Quer dizer, eu acho que dá para se antecipar isso, dá para construir mediações. Sabemos que há movimentos em relação à Tronco, que há comissão, mas eu gostaria de ouvir como estão construindo essa não segregação e as soluções acordadas entre população e Governo Municipal. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Raul Torelly está com a palavra em Comunicações.

 

(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Quero saudar a nossa Presidente Sofia Cavedon e os nossos visitantes; na realidade, não são visitantes, são integrantes permanentes da relação com a Câmara: Secretário João Bosco Vaz, nosso Vereador; Secretário Newton Baggio e toda a sua equipe aqui presente. É muito importante que a Cidade - e a Câmara é a Cidade - se aproprie do que realmente está acontecendo, saiba das nossas perspectivas em relação à Copa do Mundo. Na realidade, vários Governos passam enquanto um empreendimento dessa magnitude está por acontecer. Então, isso é um somatório de ações de cada um de nós, é um somatório de ações de extrema importância.

Hoje fiquei muito satisfeito já, porque estou melhor informado sobre as obras previstas, das quais todos nós aqui já sabíamos, mas agora temos uma ideia um pouco mais clara, e são realmente obras que vão fazer com que a nossa Cidade tenha uma mobilidade melhor. Nós sabemos que estamos passando por problemas graves de mobilidade urbana e que precisamos integrar Secretaria do Planejamento, EPTC, SMOV, enfim, para que tenhamos soluções efetivas. Isso passa pelos nossos modais, pelos vários modais viários, que necessitamos trabalhar bem, e também por ações que vão ali adiante transformar Porto Alegre numa Cidade com a qualidade de vida que todos nós queremos. Infelizmente, em função da mobilidade que temos, com um número muito grande de veículos transitando na nossa Cidade, acabamos, às vezes, perdendo uma ou duas horas dentro do carro para fazer pequenos percursos. Eu acho que nós temos que enfrentar isso.

Essas obras dos BRT, os modais, o próprio metrô e as duplicações devem atingir realmente a sua finalidade. Eu acho que é importante! E as obras previstas para a Perimetral foram bem citadas. Mas eu, enquanto profissional da Saúde de muitos anos, me preocupo muito com a questão da Saúde e do meio ambiente, e foi bem colocada pela Verª Sofia Cavedon a questão ambiental. Eu tive, em torno de um ano e meio, quando o então Secretário da Copa era o Prefeito José Fortunati, uma audiência com ele e com a Direção do HPS no sentido de que nós conseguíssemos recursos para que o Hospital Pronto Socorro fosse melhorado, em função inclusive do atendimento que vai ser necessário, na Copa do Mundo, a tantas pessoas, de tantos lugares do mundo, de tantas pessoas que vão nos dar o prazer de suas companhias aqui e que, com certeza, vão precisar de um atendimento de urgência e emergência de alta qualidade. O HPS já nos fornece esse atendimento, mas precisa de reformas estruturais importantes, e eu acredito que é um momento oportuno!

Sei que já houve manifestações do Prefeito Municipal, inclusive em nível de Ministério da Saúde, de que essas verbas já estão, de alguma maneira, contingenciadas, inclusive alguma verba já vem sendo aplicada em reformas que já estão acontecendo no HPS. Eu acredito que devemos também, independente da questão estrutural, de mobilidade, da questão que envolve uma economia maior da Cidade, em termos de grandiosidade de obras, de projetos arquitetônicos, nos preocupar muito com a parte que diz respeito ao ser humano, com a parte da Saúde e com a parte ambiental. Eu quero me associar a essa nossa preocupação, que, na realidade, não é uma preocupação, eu acredito que é um estímulo para todos aqueles que estão trabalhando a questão da Copa do Mundo. Sabemos que o nosso sistema público de saúde atende mais de 80% dos nossos cidadãos e cidadãs, mas, infelizmente, aqueles que realmente tomam as decisões, como todos nós aqui, têm plano de saúde privado, então não nos afeta diretamente! E nós precisamos reconhecer que, um dia ou outro, todos precisarão do SUS, que é um patrimônio de todos nós. E o HPS deve representar, enquanto Copa do Mundo, enquanto Saúde no nosso Município, uma modificação e uma qualificação importante para o atendimento que todos nós queremos e esperamos que seja permanentemente dado, e a Copa do Mundo é muito importante para isso. Muito obrigado. Saúde para todos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigado, Dr. Raul.

O Sr. Newton Baggio, Secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, está com a palavra.

 

O SR. NEWTON BAGGIO: Eu gostaria de esclarecer que o Terminal de Integração - o nosso Prefeito entende que deve ser alterada a sua denominação: Terminal de Integração do Sistema Portais -, o Sistema BRT, que se chamava Portais, estava previsto próximo ao Internacional, mas, depois, os estudos técnicos da EPTC indicaram que ele fosse deslocado mais para o Sul, para fazer a conexão com o sistema de ônibus que virá pela Av. Tronco. Por isso, há uma negociação com o Hipódromo para que esse terminal seja na área do Hipódromo, com a qualificação de toda aquela região da Cidade. É a resposta ao Ver. Comassetto, quando ele questionou a questão do Terminal Zumbi dos Palmares. Na verdade, será após o Internacional, naquela região do Hipódromo.

A Verª Sofia colocou três itens, e felizmente nós já temos trabalhado neles há algum tempo. No ano passado, foi realizado um evento com o Ministério de Esportes, com o Governo do Estado e a Prefeitura de Porto Alegre, com o consultor nacional do Ministério, o Dr. Carlos Langoni, que foi especificamente contratado, para tratar das questões relativas à Copa Verde. Nós temos esse trabalho e podemos o colocar à disposição da biblioteca da Câmara, para que sirva de leitura e dê conhecimento do que se tratou naquela ocasião. Evidentemente, não foi um trabalho aberto, foi um trabalho fechado, com técnicos do Estado, do Município e a representação federal naquele momento. É claro, Copa Verde, no que o Governo Federal indica, trata-se de parques, tratamento de resíduos, qualificação ambiental.

E trago o segundo tema abordado pela Vereadora, que é a ciclovia. Quando apresentamos ao Governo Federal o Termo Aditivo à Matriz de Responsabilidades, indicamos um item chamado rede de ciclovias, que foi examinado, mas, infelizmente, não foi incorporado ao Aditivo à Matriz de Responsabilidades. De qualquer forma, em todas as obras que estão sendo projetadas, está sendo prevista a implantação de ciclovias. Então, nós teremos ciclovias na Av. Tronco, na Av. Beira Rio, na Rua Voluntários da Pátria. Se eu não me engano, uma das emendas da Câmara Municipal ao Projeto Cais do Porto prevê uma ciclovia junto ao Cais do Porto, o que faria uma rede bastante interessante, porque conectaria, através desse sistema, desde a Arena do Grêmio, no bairro Humaitá, até o Estádio do Beira-Rio, na nossa orla. Está prevista uma ciclovia na Av. Ipiranga, mas não faz parte dessas questões. Essa rede de ciclovias está baseada no Plano Diretor de Ciclovias, aprovado aqui na Câmara, são 42 quilômetros aproximadamente.

Como o próprio Governo Federal tem apresentado, vários outros aspectos avançarão nesse processo, como, por exemplo, a Saúde. Nós já nos habilitamos, já temos o projeto de reforma e atualização do Pronto Socorro, mas precisamos de recursos. Então, isso vai depender das medidas a serem adotadas em nível federal.

Quanto à questão turismo - é o terceiro item da abordagem da Verª Sofia -, nós temos claramente identificado alguns pontos, aqui na nossa orla, de qualificação para o turismo. E o Arquiteto Ernani, dentro da SECOPA, é o que mais tem se envolvido com o tema. Claro que nos nossos fôlderes, nas nossas apresentações, aparece a linha de turismo rural, aparece o transporte fluvial, porque todos nós identificamos isso como potencialidades turísticas para a cidade de Porto Alegre.

Mas agora - permita-me, Ver. Bosco, só para concluir - fica uma questão que é essencial para nós. Parece que estamos falando de um mundo que não é aquele real, porque, na verdade, quando nós vemos a Av. Tronco, nós temos mais ou menos 1,5 mil famílias no leito da avenida. Lá na Av. Severo Dullius, para conectar na Av. Assis Brasil, nós temos famílias morando: ou são famílias que ocuparam áreas vazias, ou são famílias com propriedades legitimamente adquiridas, ou as próprias áreas do Aeroporto, a Vila Dique e a Vila Nazaré. Então, nós temos um complexo de situações sociais relacionado à habitação que está sendo enfrentado e que nos dará um trabalho muito grande. Mas, com certeza, vamos avançar.

O Departamento Municipal de Habitação, DEMHAB, já deu a ordem de serviço para a realização do cadastro socioeconômico das famílias da Av. Tronco. Por que é importante esse cadastro? Porque nós temos que buscar alternativas habitacionais para essas famílias, com vistas às suas próprias aspirações. Nós não queremos produzir um projeto habitacional unificado, único, unitário, em que as pessoas tenham poucas alternativas; nós queremos que aquelas famílias possam optar. E já foram identificadas cerca de vinte propriedades no entorno da Av. Tronco para abrigar aquelas famílias que ali desejam permanecer. Agora, eu fui a assembleias e reuniões onde famílias me disseram que queriam sair dali. Então, a Prefeitura tem que oferecer alternativas. Nesse sentido, com o DEMHAB, está se construindo a possibilidade de novas alternativas nos empreendimentos do Programa Minha Casa, Minha Vida. Então, a questão habitacional, sem dúvida, é essencial, porque, se ela não for resolvida, nós não teremos algumas obras da Copa em Porto Alegre. Nesse sentido, eu diria que essa questão é estratégica para a Administração Municipal.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Sr. João Bosco Vaz, Secretário Municipal da Copa, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Verª Sofia, ainda sobre a Copa Verde, que é a preocupação de todos nós, e eu vejo dois ex-Secretários do Meio Ambiente conversando, quero falar para os senhores também: a FIFA exige tanto e quer tanto que esta Copa Verde seja uma realidade, que os estádios que vão sediar jogos da Copa terão que ter o LEED, que é o selo verde, que corresponde ao nosso ISO. Há apenas duas empresas, uma americana e uma inglesa, que são certificadoras. Então, a empresa vai ao estádio para ver se a água está sendo utilizada adequadamente; se os resíduos sólidos estão sendo tratados; se há energia solar. Cada item desses recebe uma nota, e, se o estádio se enquadrar, recebe o LEED, o certificado, que aumenta o valor total da obra em 8%.

Nós, em Porto Alegre, estamos instalando agora as Câmaras Temáticas. A Secretaria da Copa está tratando disso, instalamos uma até agora, que é a do trade turístico, o Ver. Airto Ferronato teve a oportunidade de estar lá conosco. Uma das Câmaras Temáticas que vamos instalar imediatamente é a do Meio Ambiente e Sustentabilidade, e vou pedir que esta Casa também se faça presente, porque queremos abrir o máximo para a sociedade civil organizada compor todas estas sete Câmaras Temáticas: Mobilidade Urbana; Infraestrutura Esportiva; Serviços Públicos, em que a Saúde está dentro; Comunicação, Marketing e Eventos; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Promoção Comercial e Tecnologia. Então, essas Câmaras serão instaladas para que a Secretaria da Copa tenha suporte para comandar as suas ações. E repito: quanto mais entidades puderem fazer parte dessas Câmaras, melhor, pois teremos mais segurança no acerto, teremos mais tranquilidade e mais pessoas para dividir as nossas responsabilidades. É isso. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem, boa informação esta das Câmaras.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra.

 

O SR. BETO MOESCH: Vereador Bosco, eu estudo diariamente esse assunto e queria só colocar que uma coisa é a Copa Verde para os estádios, para a qual, inclusive, o BNDES está facilitando o financiamento, essa é uma parte do processo; a outra é toda a estruturação, Secretário Baggio, para que a Cidade receba a Copa, além dos estádios também verdes. Então, avenidas que contemplem não só carros, mas bicicletas; modais alternativos, como o fluvial, Porto Alegre poderia ser exemplo para o mundo em virtude da sua característica; o controle da poluição atmosférica, porque vai aumentar o fluxo de veículos aqui na Cidade; todo o quesito de parques, praças, enfim. Um quesito mais simples até, como V. Exª colocou muito bem, é o certificado LEED, que o BNDES facilita, mas a nossa responsabilidade é de estruturar a Cidade para uma Copa sustentavelmente correta. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Aí é que vai entrar o trabalho da Câmara Temática do Meio Ambiente e da Sustentabilidade.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Convido o Ver. DJ Cassiá para que, neste bloco, possa me substituir na condução dos trabalhos, porque acompanharei, com a Verª Maria Celeste, a posse do Presidente do Banrisul.

 

(O Ver. DJ Cassiá reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente Sofia, leve ao grande Túlio o nosso abraço, que, com certeza, é o abraço da Casa.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Levarei um abraço de todos os Vereadores.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Quero saudar o caríssimo colega Secretário João Bosco Vaz, o Baggio, o nosso Ferronato, os que os acompanham aqui na Mesa e, de resto, meus colegas e assistência. Este tema é muito grande para tratarmos em pouco tempo, mas vou tentar, Baggio. Eu sou um Vereador dedicado aqui desta Casa, assim como os demais, e queria entender um pouco mais.

Primeiro, o seguinte: o Governo passou muito tempo discutindo os Portais da Cidade, foi matéria amplamente discutida nesta Casa e em Audiências Públicas, e o Governo é o mesmo, embora agora numa segunda etapa de Governo. Eu queria entender - até hoje não entendi - o que difere o sistema colocado agora dos Portais da Cidade? É só uma mudança de nome ou realmente muda o que eram os Portais da Cidade? Eu queria entender um pouco disso. O que diz a FIFA? Ela diz que a Cidade tem que estar adequada para transporte de massa para receber a Copa; é o que diz no sentido lato sensu. Nós sabemos que o metrô não chegará para a Copa. Num primeiro momento, dizia-se que o metrô passaria perto do Beira-Rio; num segundo momento, isso foi descartado, e, num terceiro momento, o próprio Governo reconheceu que não haverá metrô para a Copa. Então, se não haverá metrô para a Copa, eu gostaria de entender o sistema para atender a Copa. Acho que se reúnem, neste momento, condições políticas nunca antes encontradas para o metrô, mas o Estado e o Município têm capacidade de endividamento dos 2,5 bilhões de reais? Eu gostaria de ouvir o Secretário de Gestão, porque é um empréstimo, se é que eu estou entendendo, mas tem que haver capacidade de endividamento do Município e do Estado.

Segundo, Secretário Bosco: eu também participei de reuniões em que se dizia, por exemplo, especialmente da 3ª Perimetral, que a FIERGS iria financiar os projetos, especialmente os viadutos e que, depois, a Prefeitura licitaria a execução das obras. Eu gostaria de saber como anda isso, se saiu do papel, se não saiu do papel.

E terceiro: o senhor já falou, mas os jornais, um dia, dizem que são mil e quinhentas; outro dia, alguém do Governo diz que são duas mil; outro dia, alguém do Governo diz que são três mil...! Afinal de contas, quantas famílias vão sair da Vila Tronco? Nós discutimos aqui em três reuniões: elas vão ficar na região? Vamos adensar a região? Vamos botar edifícios ali? Vamos criar o bônus-moradia? Porque eu tenho opinião: acho que quem quisesse ficar deveria ficar ali; acho que não tem mais como levar cidades para longe, devemos aproveitar as estruturas já existentes. Eu gostaria de saber.

E também, Secretários, eu queria saber um pouco da qualificação profissional, porque nós sabemos que é preciso, e eu participei de uma reunião com o Sindicato de Bares e Restaurantes de Porto Alegre há um ano, em que se dizia: “Vamos qualificar garçons, cozinheiros, taxistas”. Afinal de contas, a quanto anda isso?

Por final, eu queria também perguntar a V. Exas o seguinte: esta Casa - e os que não estavam aqui, porque isto foi na Legislatura passada -, em tempo recorde, João Bosco, sendo que uma das Sessões terminou às três horas da manhã, fez a sua parte: em quarenta dias aprovou as mudanças necessárias no Plano Diretor para a dupla Gre-Nal. E o que acontece? Eu estou vendo que, a cada dia, entra um repórter no ar e diz: “A Copa não vem para cá”. O senhor há de me dizer: “Bom, mas essa é uma questão de estádio”. Mas, se não tem estádio, não tem Copa! Afinal de contas, como está essa conversação sobre o estádio? Eu vejo o meu Internacional, por exemplo: o que vai fazer o Conselho, vai ter ou não parceria? Vai ter dinheiro próprio? Porque todas as demais obras - é excelente - ficarão para a Cidade. Agora, se não tem estádio, não tem Copa. Gostaria de perguntar a V. Exas, porque, com certeza, todos os dias falam sobre isso; que V. Exas pudessem socializar mais informações sobre esse tema. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Sr. João Bosco Vaz, Secretário Municipal da Copa, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Vou falar de dois assuntos que o Ver. Sebastião Melo colocou. Sobre a qualificação profissional: estive no Ministério do Trabalho quando da instalação da Comissão da Copa - eu já havia explanado sobre o assunto, mas vou repetir -, e há o Plano Territorial de Qualificação, o Planteq. O Ministério do Trabalho liberou para Porto Alegre duas mil e cem vagas para qualificar profissionais desempregados; é um acordo do Ministério do Trabalho, do Governo Federal, com o Sine. Então, nós estamos ajustando o acordo com o Ministério do Trabalho e, através do Sine, vamos qualificar dois mil e cem profissionais nas mais diversas áreas, nos mais diversos segmentos.

Obviamente, são duas mil e cem vagas, e não será a Secretaria da Copa que vai sair atrás, procurando um por um; nós vamos chamar a Câmara de Vereadores, a Assembleia Legislativa, a UAMPA, as associações de bairro, para que nos ajudem a encaminhar essas pessoas que precisam de qualificação. Na semana passada, tivemos uma reunião com a Secretaria Municipal da Administração, a SMA, e, através da Escola Pública de Gestão da Prefeitura, nós vamos qualificar o pessoal da Guarda Municipal, os agentes de trânsito, o pessoal da Saúde e do SAMU, Ver. Melo. Em relação à questão dos garçons, das camareiras, o Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares, que é presidido pelo Jesus, já captou - não sei dizer o valor - um valor muito grande junto ao Ministério do Turismo para realizar essa qualificação.

Em relação ao Estádio do Beira-Rio, indicado pela FIFA, as pessoas precisam entender que não foi a Prefeitura, não foi a Secretaria da Copa, não foi ninguém que indicou o Beira-Rio, foi a FIFA que indicou o Beira-Rio, e o Internacional brigou por isso, fez um Gre-Nal por isso; o Internacional foi para a rua dizer que a Copa é nossa. Então, o Internacional tem um compromisso com a Cidade. E a Prefeitura, o Estado e a União deram todas as condições para que as doze cidades-sede pudessem construir ou reformar seus estádios. Se o Internacional vai fazer um autofinanciamento, se vai fazer uma parceria, isso é uma questão privada. O Estado deu 30 milhões em isenções fiscais para a compra de materiais de construções - nós aqui votamos todas as isenções fiscais. A União concedeu isenção fiscal, mas isso aí é uma questão interna do Internacional que a Prefeitura está acompanhando. E, segundo a FIFA, não há um plano B, o campo é o Beira-Rio. Bom, pode ser que, lá na frente, o Internacional não cumpra, e a FIFA diga: “Olha, não é mais no Internacional, é na Arena”. Pode acontecer! Agora, a Prefeitura não tem como intervir numa obra privada. O que nós tínhamos que fazer, nós fizemos; agora, o Internacional precisa se entender.

Eu tenho dado um exemplo, Ver. Pujol: quando a FIFA pede garantias, é exatamente como o que o Grêmio fez com o Corinthians agora. O Corinthians queria comprar o Willian Magrão; o Grêmio disse: “Vendo; 4 milhões, só que com garantias bancárias”. Mas, infelizmente, todos os clubes brasileiros estão endividados, não têm as negativas. Tanto que o Presidente Lula criou essa tal de Timemania para tentar ajudar os clubes. Mas, infelizmente, e não é culpa do Governo, como existem muitas loterias neste País, a loteria Timemania não decolou. Então o Internacional vai ter que ter as garantias para poder fazer com autofinanciamento, ou partir para a parceria. Mas isso, Ver. Sebastião Melo, é uma questão privada que nós estamos acompanhando. Uma coisa eu posso lhe dizer: teremos Copa em Porto Alegre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Sr. Newton Baggio, Secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, está com a palavra.

 

O SR. NEWTON BAGGIO: Eu só gostaria de complementar este tema, depois eu vou abordar as outras questões, porque também acompanhei desde o início, desde a elaboração dos Projetos de Lei tanto do Grêmio como do Internacional, Projetos que foram encaminhados à Câmara, dando os incentivos que os clubes achavam necessários e oportunos para viabilizar seus empreendimentos. Nós fizemos exatamente isso e demos toda a atenção. E vou dizer: eu sou gremista, mas tenho muitos amigos colorados, e eles foram lá, eu os atendi da melhor forma possível. Mas, infelizmente, há coisas que, por ser uma instituição privada, nós não podemos... Inclusive, em alguns momentos, pediram: “Não se manifestem lá na CBF”. Então, vou ficar quieto. Pediram, eu vou ficar quieto! Não posso emitir opinião, nem vamos criar um problema no Rio de Janeiro, na CBF. Eu e toda a equipe da Prefeitura cumprimos os compromissos com os clubes. Agora, a realidade vai trazendo esta dificuldade, que é administrar clubes, algo que todos conhecemos, desde os clubes menores até os grandes clubes que temos aqui.

E vou me reportar a uma coisa mais antiga. Naquela época, também, Vereador, era uma confusão, porque havia confronto político entre Portais e metrô. E nós não entendíamos, Vereador, nós achávamos que a Cidade tinha que trabalhar com todos os modais, mas transpareceu - sei lá, por questões políticas, eleitorais, ou o quê - que era necessário fazer um confronto entre um e outro. Um dia o metrô passava por um lugar - a gente lia no jornal -, e, no outro dia, um portal é que ia estar ali. Isso estava no âmbito da mídia, não da questão técnica. O Prefeito Fortunati, quando assumiu, entendeu de revisar essas questões, inclusive, como eu já disse, pensando em mudar o nome Portais, porque, para ele, um portal é algo fixo, e a expressão mais adequada é um centro integrado de transbordo e de transporte coletivo.

Aí tivemos um problema, resultado desse processo: parte dos recursos para o sistema ônibus BRT foi solicitado à Caixa Federal, está lá na Matriz de Responsabilidades; e parte dos recursos para o sistema BRT está colocada para um financiamento da Corporação Andina de Fomento. Até o nome é parecido: CAF, Corporação Andina de Fomento, e CEF, Caixa Econômica Federal. Aos dois foi solicitado. O que a Caixa nos disse? Que tem que haver funcionalidade; se não houver funcionalidade, não vai haver financiamento. E nós nos defrontamos, quando o Prefeito assumiu, com um dilema que estava posto naquele projeto dos Portais, que era estação alta ou estação baixa. Todos conhecem a estação alta da Praça Parobé, é aquela estação em que o ônibus chega e o passageiro está na estação alta. Houve uma avaliação técnica, e a Prefeitura entendeu, a atual Administração, de solicitar à Corporação Andina de Fomento uma revisão, porque seria necessário adaptar todos os corredores à estação alta.

Então, substitui ônibus, substitui estações; ainda mais, agregado ao processo de execução. Para executar essas estações, teríamos que tirar os ônibus dos corredores e passar para as laterais - imaginem isso na Av. Farrapos e na Av. Assis Brasil. Então, há uma equipe lá na EPTC tratando dessa adequação do sistema de ônibus para o sistema BRT. Para atender à Copa, é esse o sistema que está previsto. O metrô, embora estivesse sempre em pauta, com a chegada do Prefeito Fortunati, não entra como uma das alternativas viáveis de execução para 2014, mas o BRT, sim. O próprio Prefeito entende que, antes de se pensar num sistema completo, nós temos que pensar na realização do sistema pelas suas partes. É isto que a equipe técnica da EPTC está examinando: que partes do sistema de ônibus de Porto Alegre possam ser complementadas, agilizadas e melhoradas através dos corredores.

Em relação à nossa capacidade de endividamento, nós temos que ter duas capacidades: uma de endividamento e outra de pagamento. De endividamento, nós temos uma boa capacidade; nós temos algumas dificuldades de pagamento. Isso é o que o Secretário da Fazenda nos relata, mas estamos sempre trabalhando no sentido de que isso que está aí contratado está previsto com capacidade de endividamento e de pagamento. E estão reservados recursos para a operação de crédito com a Cooperação Andina de Fomento para completar o sistema de BRT.

Sobre CIERGS e projetos, há um problema. A Prefeitura adotou um procedimento de convênio com o Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, e é um problema porque um convênio não tem força de contrato. Então, é sempre uma negociação, um pedido, inúmeras vezes há dificuldades e atrasos nessas questões. Felizmente, em 2010, quando iniciamos a estruturação dos cronogramas, pensamos nessas possibilidades e dificuldades de execução. Até o momento, não há nenhuma situação que seja identificada como crítica para realização. Amanhã nós teremos uma reunião com a equipe da CIERGS para avaliar todos os projetos, para verificar os seus andamentos e definir seus cronogramas, porque os cronogramas que nós temos são eles que passam para nós, os de execução de projetos. Depois de executados os projetos, nós teremos a avaliação pelas equipes da Prefeitura que acompanham a sua elaboração, pela Caixa Econômica Federal, que fará a sua avaliação técnica necessária, e aí nós poderemos licitar as obras. Esse é um processo para o qual temos que ter o máximo de competência, para que haja agilidade.

E por último: quantas famílias sairão? Está iniciando na Tronco, onde temos famílias; temos casas de passagem junto ao Internacional; temos famílias lá na Av. Severo Dullius. As previsões são em torno de 1,8 mil famílias. Agora, o levantamento socioeconômico, o cadastro socioeconômico, é que vai nos dar o verdadeiro tamanho dessa questão. E, quanto às alternativas, sim, estamos estudando a possibilidade de bônus, assim como o DEMHAB está oferecendo o Programa Minha Casa, Minha Vida em vários locais da Cidade onde ele está sendo realizado.

Eu acho que é isso, não sei se esqueci alguma coisa, mas estamos à disposição.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, apenas um registro e um Requerimento. Eu quero dizer que o Governo é o mesmo. Acho estranhas essas posições do Secretário Baggio em relação aos Portais da Cidade. Portanto, eu quero requerer, de imediato, que, para o primeiro debate na Comissão Especial da Copa, nós tragamos o ex-Secretário Clóvis Magalhães para fazer um belo debate com o Baggio, porque essas matérias vão ser devidamente esclarecidas, para o bem da Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Eu tenho uma discordância com o Ver. Sebastião Melo, porque não se trata aqui de nós dizermos qual o Projeto que é melhor ou qual é pior. Eu creio que está decidida uma reestruturação nos Portais, e nós temos que a discutir. O tempo do Clóvis Magalhães já passou, inclusive ele deixou de dar muitas explicações aqui nesta Casa. Por que o trazer aqui agora?

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Sr. João Bosco Vaz, Secretário Municipal da Copa, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Ver. Sebastião Melo, faço uma complementação sobre a questão dos estádios. Nós temos outro gargalo que são os campos para treinamento. A Prefeitura indicou três: a Arena do Grêmio, o Complexo Esportivo da PUC e o São José, só que a FIFA faz grandes exigências também para os campos de treinamento. Por exemplo, deve haver, atrás das goleiras, sete metros e meio de escape, seis metros em cada lateral; deve ter um vestiário para acomodar 23 atletas decentemente, mais um vestiário para a Comissão Técnica, mais um vestiário para a Fisioterapia, estacionamento pavimentado e, ainda, o que eles chamam de estruturas provisórias, que são aquelas barracas com ar condicionado onde recebem a imprensa, convidados e fiscais da FIFA. E isso está em fase de avaliação no Comitê Organizador da Copa: já veio o arquiteto aqui, já fez o levantamento, preencheu um questionário de 140 questões. Com a Arena do Grêmio nós não teremos problemas, obviamente, mas com os outros estádios é preciso fazer algumas obras, e não há dinheiro público para isso - nem dinheiro da FIFA, nem dinheiro do Governo do Estado, nem dinheiro do Município, muito menos da União. Quem quiser sediar treinamento de Seleção vai ter que se adaptar àquilo que a FIFA apresentar. Para informar e também deixar muito claro: não é a Secretaria da Copa, nem a Prefeitura, nem a FIFA que indica o local do treinamento; o país escolhe onde ele quer treinar, o campo de treinamento.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Creio, Ver. DJ Cassiá, que adotamos uma metodologia equivocada: deveríamos ter feito um rol de todas as falas dos Vereadores, para fazer uma discussão mais aprofundada, e depois, quem sabe, uma segunda rodada; nós nos perdemos em muitos detalhes. Por exemplo, há coisas que vou falar e que foram faladas em parte, portanto vai ser um repeteco muito ruim.

Eu tenho preocupações com prazos e ritmos. A Prefeitura tem que deixar claras as suas posições atuais, o passado é o passado, e remexer demais não nos ajuda a andar para frente. Um exemplo é a discussão sobre o Projeto Portais da Cidade, que está superada; enterramos dinheiro, botamos dinheiro fora, etc. Bom, foi um equívoco, porque hoje teremos metrô, teremos estações que não são propriamente portais, são coisas novas, modernas e corretas. Hoje estamos no caminho correto.

Sobre os campos de futebol: o Bosco diz que vai haver a Copa, eu também acho. Agora, é uma irresponsabilidade o que os times de futebol estão fazendo não só aqui, mas no Brasil. Aqui o Melo e eu aprovamos, em 2009, tudo o que nos solicitaram; inclusive o meu time, o Grêmio, “enfiou-nos goela abaixo” questões que não poderíamos ter aprovado. Eu fiz quatro Emendas, fiz quatro sugestões, que no futuro terão que fazer, porque acho que a Prefeitura e a SPM não são irresponsáveis, mandarão eles fazer. Uma delas nós vamos resolver com a ligação da Av. Coronel Gastão Haslocher Mazeron, mas quem deveria fazer é o empreendedor do Olímpico, não a Prefeitura. Essa é a grande verdade.

Sobre a Vila Tronco e a Grande Cruzeiro, acho que nós caminhamos bem, Baggio; o nosso único problema é ritmo, e o nosso segundo problema é a lentidão das estruturas do DEMHAB. O senhor acabou de dizer que o DEMHAB liberou; ontem, tinham liberado, já tinham começado. Citei os informes das reuniões, mas o levantamento das famílias não começou. Eu, que sou da oposição, V. Exª sabe muito bem, botei “a minha cara para bater”, ajudei a organizar a comunidade, convenci o grosso da comunidade a fazer edificações para ninguém sair, ajudamos a negociação com o Exército Brasileiro. Agora, a Prefeitura tem que fazer a sua parte, porque eu, mesmo sendo da oposição, estou fazendo a minha parte, eu sempre fiz o dever de casa, porque eu olho para o futuro da Cidade. Isso tem que ser feito, isso é fundamental. Então, temos que garantir a permanência das famílias lá, em edificações. E quero o apoio de V. Exª para aprovar o bônus-moradia, porque aqueles poucos - Ver. DJ Cassiá, que é meu parceiro nessa peleia na Grande Cruzeiro - que não poderão ficar, por alguma razão, têm que ter direito ao bônus-moradia e escolher para onde vão, não devem ser mandados para o Canta Galo.

Essa política já foi equivocada; inclusive no meu Governo, no Santa Teresinha, deveríamos ter feito edificações; teríamos ocupado a metade daquele espaço, teríamos uma praça muito melhor, e não aquela pracinha de meia-tigela que fizemos lá. Então, temos que aprender com o passado: com o PT, que foi Governo; com o PDT, que é Governo agora; com a coligação que elegeu Fogaça. Infelizmente, alguns não aprendem, são cabeçudos, fazem uma “grenalização” eterna e não resolvem o nosso problema. Nós temos que resolver os problemas da Copa dessa maneira. Não é uma questão de Governo, não é uma questão da Administração atual; é uma questão de Estado. Quando falo Estado, falo da estrutura Município de Porto Alegre, porque haverá junção do Poder Público Federal - vai haver grana do Governo Federal - com o Governo Estadual.

Não me venham, por exemplo, com a ideia de construir apenas um parque lá na terra da FASE, porque vai ser necessário utilizar parte daquilo lá para resolver o problema das casas, tem que haver uma ou duas casas decentes, como manda a legislação federal. Uma parte das casas em áreas de risco tem que ser tirada de lá e edificada na área que é do Estado. É o meu Governo, mas não me venham com papo furado de que vão fazer um grande parque. O problema lá da região não é parque, são pequenas praças para o povo! Há gente que cria questões idílicas - grandes questões, grandes parques -, mas não olham para os pequenos parques. Não leram, por exemplo, a bíblia do urbanismo moderno, que se chama “Morte e Vida de Grandes Cidades”, de Jane Jacobs, porque dizem que ela era de direita. De direita é quem inventa, porque há certas coisas que não endireitam nem entortam, só vão para frente com ousadia.

Por isso eu esperei tanto para falar; eu acho que todos os Vereadores deveriam falar e, depois, em bloco, responder às questões.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente, ilustre Secretário Baggio, Secretário Bosco, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, um abraço aos demais convidados que aqui estão, também acho que tivemos uma bela exposição sobre o tema que propomos aqui, tenho muito mais conhecimentos agora do que antes. Acredito que nós ganhamos com isso. Aliás, foi isto que pensamos quando assumimos a Comissão: que a primeira presença deveria ser das senhoras e dos senhores, apresentando o que nós temos no Município.

Eu já disse e repito: Porto Alegre tem - e isto é muito bom - um extraordinário Secretário para a Copa do Mundo. Acredito que é um homem com competência e conhecimento para isso. Quem não conhece a trajetória do Dr. Baggio? É um homem que teve a sua história - eu estou aqui transitando por Porto Alegre, pela Câmara, há quase 25 anos -, ele também é um homem experimentado. Então, nós estamos bem lá no Executivo, na minha avaliação. Estamos muito bem igualmente no Legislativo. Aqui poderia citar muitos nomes, mas vou citar apenas dois Vereadores. Nós temos um campeão, um homem que foi selecionado e que participou de uma Copa do Mundo, o nosso querido e estimado Ver. Tarciso, e temos também outra figura ilustre que participou de diferentes Copas como narrador, o nosso Ver. Haroldo de Souza. Qual a cidade-sede da Copa do Mundo, no Brasil, que tem esta característica? Então, nós queremos aqui fazer este registro, citando esses dois Vereadores que fazem parte da nossa Comissão.

Meu caro Ver. Bosco, entreguei, e acredito que todos receberam, uma proposta de composição da nossa Comissão, em que temos Presidente, 1º Vice-Presidente, 2º Vice-Presidente e Relator-Geral, quatro posições, e nós temos 13 Vereadores que compõem a Comissão. Então, com essas quatro posições, mais as três Subcomissões Temáticas, todos os Vereadores da Comissão teriam uma função de relevo dentro da Comissão. Nós ainda não vamos citar os nomes, porque ainda não votamos, não aprovamos essa sugestão, que não é uma sugestão minha, ela é decorrente de uma discussão que tivemos entre diversos Vereadores. A partir daí, precisamos também discutir e decidir quem e em qual momento teremos as nossas reuniões. Ainda não temos isso, meu caro Vereador; falei com o Diretor Legislativo da Câmara, para que ele nos dê uma tabela sobre quais as datas de reunião ordinária que a Câmara tem nas diferentes Comissões, para, a partir daí, estabelecermos uma data. Estamos preocupados com esse aspecto.

Dentre tudo o que já foi dito na Câmara, meu caro Vereador e Secretário Bosco, começam a aparecer pessoas conversando sobre a Cidade, meu caro Secretário Baggio, dizendo inclusive assim: “As obras da Copa”, “As obras que queremos para a Cidade”. Se ouvirmos essas manifestações, vamos ver que há pessoas que falam na Av. Tronco, por exemplo, mas também temos pessoas que falam sobre o que fazer lá no Rubem Berta, na nossa região, meu querido Ver. Paulinho Rubem Berta. Então a Cidade começa a se envolver nisso, e é o espírito da Copa a grande questão que temos aí. Finalizando, queremos trazer um grande abraço a todos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sr. Secretário e colega Ver. João Bosco Vaz; meu caro Presidente da Comissão Especial da Copa, Ver. Airto Ferronato; demais representantes, técnicos da Prefeitura; Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras, recebam o nosso boa-tarde. Preparar a Cidade para receber bem as pessoas, para que elas falem bem da Cidade, para que elas sintam saudades e voltem ou recomendem a outras pessoas fazer turismo em Porto Alegre eu creio que deve ser o objetivo principal da Copa em Porto Alegre e no Brasil. O sentido de um megaevento é promover a Cidade, portanto ela deve deixar as melhores lembranças para as pessoas que nos visitarem. Então, que o movimento justifique os investimentos, pois eles vão trazer para a Cidade obras que virão para ficar, e elas são importantes!

Nessa ideia é que eu quero discutir algumas questões. Nós estamos numa cidade que está com o trânsito entrando em colapso, e, urgentemente, precisamos de soluções. Eu quero falar de colapso de trânsito. Vejam só a história do metrô; ela serve de propaganda, serve de referência para o momento, mas não vai haver solução objetiva, porque talvez o metrô vá estar em iniciação ou execução, não vai haver conclusão até lá. Mas podemos ter, por exemplo, a ciclovia, Ver. João Bosco! E eu penso que 40 quilômetros, como está previsto, é muito pouco de um Plano de 500 quilômetros. Nós precisamos, desde já, ter isso como uma obra prioritária. Falo isso porque, na semana passada, houve aquela reunião com os ciclistas - entre ciclistas e Governo -, e o que foi dito lá? Que, para termos a ciclovia da Av. Ipiranga, dependemos da aprovação do projeto de um supermercado ou de um shopping que vai ser aprovado, e a ciclovia virá como contrapartida. Mas eu quero referir que o Governo disse que não tem dinheiro para ciclovia! E eu penso, Baggio, que 40 quilômetros é muito pouco! E, nesses 40 quilômetros, estão pelo menos interligados todos os pontos? (Pausa.) Bom, isso me conforta um pouco. Mas nós temos que ter isso como uma alternativa para melhorar a Cidade, para ser uma alternativa imediata, antes do trem, de desafogamento, de descongestionamento do trânsito, porque Porto Alegre está entrando em colapso.

Quero falar também dos serviços. É fundamental que se façam os investimentos, que se tenha um mote da Copa para isso, mas, se a Cidade não tiver serviço de qualidade, a imagem também não ficará boa, e aí estaremos pecando, e feio! Está muito ruim a situação dos serviços na Cidade, inclusive vamos ter uma Subcomissão que vai tratar dos serviços. Mas esse é um ponto altamente negativo, e, mesmo com todo o esforço... Outro dia, o Prefeito esteve na nossa Bancada e falou sobre isso, que essa é uma parte que estamos devendo. Por exemplo, nós tínhamos um programa de áreas de risco que foi extinto, que não há mais. Há uma equipe com duas pessoas na área de risco da Cidade, e estamos vendo catástrofes que se repetem sistematicamente. Nós temos o problema do lixo, que não está solucionado; o problema dos passeios públicos, da iluminação precária, da qualidade dos pavimentos e da degradação generalizada das vilas e bairros da Cidade. Para a Copa produzir uma Cidade atrativa e que seja recomendada, com o retorno dos turistas que aqui estiveram, isso tem que mudar, e mudar profundamente, porque não está bem. Nós ainda temos que pensar em muitas outras coisas, como a melhoria da orla. Eu caminho aqui na orla quase todos os dias.

 

(Manifestação do Ver. João Bosco Vaz fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: É verdade, eu faço ginástica na academia do Garcia também.

Mas quero me referir a outro aspecto: população de rua. Deve haver mais de quinhentas pessoas que moram embaixo das árvores da orla, e isso precisa ser enfrentado também. É um problema muito sério para quem quer trazer turistas e ter a cidade bem recomendada! Sempre houve esse problema, é verdade, mas uma cidade que quer ter a Copa tem que resolver, tem que enfrentar esse problema. Assim como é preciso fazer uma opção pela sustentabilidade, pelos combustíveis limpos, não poluentes, para diminuir as emissões na Cidade e também ter essa marca forte, que possa ser o mobilizador do futuro. Ainda mais depois de tudo que tivemos, dos últimos oito dias para cá, acontecendo no mundo. Obrigado pela atenção, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra em Comunicações.

O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar, quero parabenizar o Ver. Ferronato pela iniciativa da criação da Comissão de acompanhamento dos trabalhos relativos à Copa, iniciativa importantíssima. Com o Executivo trabalhando de forma integrada, conjunta com a Câmara de Vereadores, com a sociedade civil, os resultados, com certeza, serão maiores e mais qualificados. Esse processo, que iniciou na gestão Fogaça - e o Prefeito Fortunati, com muita competência, está agora capitaneando a sua continuidade -, vai contribuir muito para o progresso na nossa Cidade. A gestão Fortunati teve a competência de formar uma equipe de alta qualidade - comandada pelo Secretário Bosco, Secretário Baggio e outras Secretarias, que, através da transversalidade, estão comandando esse processo - e conseguiu que as obras da Copa sejam permanentes em Porto Alegre, todas vão beneficiar e muito a nossa Cidade em relação ao seu progresso, ao seu desenvolvimento e à sua qualidade de vida. São obras esperadas e que não aconteciam, não saiam do papel, mas que agora vão acontecer. Tenho convicção de os obstáculos são muito grandes. Durante um ano, como Secretário-Adjunto da Secretaria de Coordenação Política e Governança Local, tive a honra de participar do Governo Fortunati, há poucos meses estava lá. Durante um ano participei ativamente das reuniões em relação à Copa, junto com o Secretário Baggio e toda a sua equipe, então eu sei, realmente, que os obstáculos são muito grandes, mas estamos preparados para enfrentá-los, para vencê-los e conseguir fazer com que Porto Alegre tire, para o seu povo, para a sociedade de Porto Alegre, principalmente para as comunidades de baixa renda, o melhor proveito da Copa. Essas obras não preveem nada em relação ao futebol, ao espetáculo do esporte; essas obras vão mexer na infraestrutura e fazer com que Porto Alegre possa dar um grande passo para melhorar a qualidade de vida de todos nós!

Então, quero parabenizar o Secretário Bosco, o Secretário Baggio, o Prefeito Fortunati, pela visão, pela coragem e pela forma como estão conduzindo os trabalhos. Um exemplo é a duplicação da Av. Tronco, que afeta provavelmente mais de mil famílias - saberemos exatamente quando for concluído o cadastramento. E esse trabalho da Av. Tronco é extremamente complexo e importante para a nossa Cidade - não é importante para os clubes que vêm jogar, é importante para o cidadão porto-alegrense, que continua aqui depois que a Copa for embora - e está feito em conjunto com as lideranças da Grande Cruzeiro. Inclusive foram nomeados membros da Comissão que trata da duplicação da Av. Tronco, representantes lá da Grande Cruzeiro. É assim que se governa com seriedade, é assim que se governa respeitando os movimentos sociais. É por isso que eu tenho convicção de que as obras vão acontecer, porque o Governo está trabalhando de forma integrada e orientada pela comunidade. Com certeza, chegaremos a um grande resultado!

Aproveitando a oportunidade, já que a Verª Sofia Cavedon, nossa Presidente, comentou sobre as Ilhas, quero dizer que há poucos dias foi encaminhada pela Secretaria de Governança uma licitação visando o cadastramento dos moradores das áreas de risco de todas as Ilhas. Junto, serão cadastrados todos os carrinheiros, carroceiros e os cavalos das Ilhas. Esse cadastramento é o primeiro passo para nós levarmos para as Ilhas o sonho daquela comunidade tão importante e tão excluída, que é um programa habitacional para as Ilhas. Finalmente, uma empresa ganhou a licitação; é uma cooperativa, que agora tem noventa dias para fazer o cadastro de todos os moradores das áreas de risco das Ilhas, mais os carroceiros, os carrinheiros e os cavalos, atendendo a uma reivindicação correta do Ver. Sebastião Melo, que é a absorção dos carroceiros e carrinheiros em outras alternativas de renda. E a Copa pode vir para ajudar também nesse aspecto, nós podemos utilizar a questão da Copa - porque é uma Copa que prevê a questão ambiental - para fortalecer e estruturar as nossas unidades de triagem, para que cada vez mais possamos retirar o carroceiro e o carrinheiro da rua e colocá-lo para trabalhar dentro da unidade - essa é a maior e melhor alternativa para resolver a questão do carrinheiro e do carroceiro. Isso vai ao encontro do desenvolvimento sustentável, isso vai ao encontro da questão ambiental, e a Copa, tenho certeza também, vai contribuir muito com isso. Um grande abraço, parabéns pelo trabalho de vocês! Contem sempre com a Câmara de Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. EIói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. DJ Cassiá, presidindo os trabalhos; Secretário de Gestão, Sr. Newton Baggio; Secretário João Bosco Vaz; Ver. Airto Ferronato e demais integrantes da Mesa, eu gostaria de fazer uma reflexão sobre algumas preocupações, que são naturais, mas que crescem à medida que se ouvem e se leem coisas. É oportuno este encontro, Secretário Baggio, porque há um pacto, diríamos até um pacto internacional, entre a FIFA e o Brasil para a realização da Copa, e, em cascata, Estados e Municípios ingressam nesse polo do pacto.

Preocupa-me, e agora quero chegar à questão, exatamente... Ficou colocado aqui: afinal, se há um elemento fundamental, sem o que não se concretiza o referido pacto, é exatamente o Caderno da FIFA. Ou seja, reduzindo os campos de futebol, os dois estádios de futebol, tanto o Estádio do Internacional quanto o Estádio do Grêmio... Esses elementos, esses instrumentos são fundamentais para se fazer a Copa. Seguem-se, então, o cumprimento do Caderno, as obras públicas, particulares, os recursos locais, recursos do Estado e recursos federais. Parece-me que falta, na minha ótica - e quero deixar esta preocupação colocada hoje, aqui -, amarrar, de forma unificada, Porto Alegre, o Estado, as instituições públicas e privadas no sentido de, efetivamente, cumprirem esse Caderno de obrigações do contratante ou contratado - não vai ao caso. Porque as preocupações são grandes diante de declarações, manifestações do tipo: “Olha, as obras do estádio A, do estádio B poderão sair, poderão não sair...”, “Olha, os recursos...”. Aí, entra toda essa problemática do metrô, de todas as obras urbanas, estruturais, etc. Eu gostaria de ter a visualização objetiva do comprometimento. Há casos em que se diz: “Olha, isto é do clube, isto é particular, lá eu não tenho como interferir”. Por outro lado, o clube diz: “Não, mas nós precisamos de dinheiro. Afinal, vai sair o dinheiro?” Parece-me, Baggio e Bosco, que essa questão precisa ser pacificada; parece-me que há uma certa instabilidade nessa relação.

Então, é uma questão de implementar; afinal, será implementado o Caderno de exigências da FIFA? Os encargos, etc. e tal? Temos previsão? Temos recursos? Está tudo, vamos dizer assim, bem elaborado? Os compromissos estão firmados? Porque é um pacto internacional cujo inadimplemento seria uma tragédia para a cidade de Porto Alegre; de resto, para o Estado e para o País. Então, isso preocupa. E é bom que se coloque aqui: ainda não conheço um incentivo, diríamos assim, fiscal ou um incentivo dessa ou daquela ordem maior do que a Copa. As obras que já estão projetadas e em fase de realização tiveram tratamentos privilegiados. É valido, perfeitamente válido, tinha que ocorrer isso.

A preocupação fica exatamente nos polos do pacto: aqui, o Brasil, o Rio Grande do Sul, Porto Alegre, as autoridades públicas e privadas; e, de outro lado, a Copa, enfim, a FIFA. Então, dessas duas pontas da negociação, o que nos interessa é a nossa situação. O Internacional tem que arrumar o que tem que arrumar, o Grêmio também - e já encerro, Presidente -, mas eu não tenho autoridade, eu, Poder Público, para dizer: “Olha, Grêmio, é assim, está aqui!” Ou: “Internacional, é assim!” Eu acho que precisaríamos, vamos dizer assim, que as partes do pacto da Copa ficassem claramente identificadas e definidas. Aqui está uma Comissão, com as responsabilidades que tem, mas com capacidade de cobrar a execução. Nós teríamos que ter um órgão de cúpula - existem os órgãos públicos - que pudesse chegar para o Internacional, para o Grêmio e para o Município e dizer: “Olha aqui, olha a infraestrutura viária. Olha a infraestrutura de transporte... E o estádio vai sair ou não vai sair?” Então, na minha opinião, isso aí tem que ser muito bem amarrado, sob pena de um fiasco internacional. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sr. Secretário João Bosco Vaz, Secretário Baggio e demais membros da Mesa, tenho muita alegria quando falam em Copa, em futebol, em esporte, Ver. Ferronato. Eu sou um apreciador principalmente do futebol, e o futebol proporciona milhares e milhares de empregos.

Eu quero discordar do Ver. Adeli Sell quando ele fala que o Estádio Olímpico deveria pagar. Eu sou contra tudo que se quiser inflacionar para o Grêmio ou para o Internacional. O Secretário João Bosco sabe - como participa do esporte mais intensamente do que eu - da quantidade de empregos que o futebol proporciona. Vem gente lá do outro lado do mundo - isso, sim, é turismo! Se tivéssemos, quem sabe, mais dois clubes do porte do Grêmio e do Internacional, que maravilha seria para esta Cidade.

Eu penso também, Secretário João Bosco... Aqui está o Ver. Todeschini, que cobra tudo que acontece na Cidade, quando não está andando certo; agora ele quer o turismo, mas há pouco tempo ele ajudou a derrubar um Projeto que nós apresentamos e que era bom para a Copa do Mundo, teríamos centro de convenções, hotel e tudo: o Projeto do Pontal do Estaleiro. E o Ver. Todeschini - aliás, a Bancada toda - votou contra. Agora, que turismo eles querem? O Projeto seria um presente para a Cidade, mas votaram contra; falaram tudo o que tinham direito de falar e ainda vêm aqui “desfilar” coisas que não são verdadeiras, são “abobrinhas”.

Ontem mesmo eu disse para o Ver. Todeschini que, quando era época de campanha, o DMLU, da Administração Popular, retirava o lixo lá de dentro da casa do cidadão, porque eles queriam o voto, eles faziam isso. Mas, passada a eleição, andem pela Cidade para ver se está limpa! E aí eles querem bater no Secretário Moncks, que trabalha tanto, faz; eles acham que o homem não está trabalhando. Um dia eles viram a metralhadora lá para o Moncks; outro dia, lá para a SMOV; outro dia, para DEMHAB, ou para a Prefeitura. Nada funciona nesta Cidade? As coisas boas que acontecem nesta Cidade nós temos de engrandecer. Não importa que seja o nosso Prefeito Fortunati que está lá, ele está administrando muito bem. Eu vou dizer uma coisa: eu gostava do Fogaça, gostava para caramba e vou defender sempre o nome dele, mas estou muito satisfeito com o Prefeito Fortunati. O homem está administrando, está fazendo evoluir a Cidade, está fazendo pela Cidade, tudo está andando traquilamente. Certamente, será a Cidade que vai melhor sediar a Copa do Mundo, Ver. Todeschini. O senhor pode ter certeza absoluta de que o Prefeito quer trabalhar pela Cidade, mas vamos trabalhar juntos, vamos fiscalizar juntos.

Quem sabe a gente faz uma comissão para ir fiscalizar aquele cidadão que joga o lixo e que, todos os dias, mesmo que se mande limpar, larga lá o lixo de novo. Para isso, sim, sou parceiro seu, para irmos cobrar daquele cidadão que joga o lixo na rua. Sou parceiro! O senhor falou em meio ambiente e colaborou muito com esta Cidade, ajudando muito com o asfalto e muito com aquelas suas faixas, que até hoje estão aí nos riachos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Presidente Toni Proença; Ver. Ferronato; Secretário João Bosco Vaz, com quem tive a honra de trabalhar por quatro, cinco anos, eu aprendi muito; Secretário Baggio e toda a Mesa; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e todos os que nos assistem, eu não venho aqui para cobrar, acho que tudo já foi cobrado - obras, meio ambiente, metrô -, tudo foi cobrado. Presidente Airto Ferronato, sinto-me muito honrado em fazer parte da Comissão Especial da Copa, principalmente em relação ao aspecto social; também participam da Subcomissão os Vereadores Paulinho Rubem Berta e Waldir Canal. A Copa do Mundo de 2014 é futuro. Eu estou preocupado, Bosco, é com a Copa do Mundo presente, porque nós temos que começar a Copa do Mundo agora no aspecto social, incluindo a criança, o adolescente, o jovem. Eu sou, como todos nós, Vereadores, sociedade, responsável por que essa Copa do Mundo, para que seja maravilhosa no Brasil e, principalmente, na nossa querida Porto Alegre. Mas, para isso, nós temos que preparar essa Copa do Mundo agora, no presente, com a chamada obra humana. Sem essa obra humana não existirá uma Copa do Mundo maravilhosa.

Tive a oportunidade de acompanhar de perto a Copa da África, e, quando terminava um jogo de uma hora e meia - tão rápido -, às vezes com 50 mil pessoas assistindo, os repórteres caçavam todos os cantinhos da cidade para mostrar. Mostraram a África rica e a África da miséria, e não é isso que nós queremos para Porto Alegre, nós queremos uma Porto Alegre igual para todos, para as crianças, os adolescentes, Bosco. Tenho projetos que vou levar, é claro, para vocês, que são os que têm competência dentro da Copa do Mundo, para que possamos aprová-los, porque eles só vão beneficiar e enriquecer a Copa do Mundo, os jogos dentro de Porto Alegre.

Desde 1962 assisto à Copa do Mundo, época de Mané Garrincha, e o que eu posso dizer, Baggio, pode ter certeza, é que 80% dos milhares de brasileiros que estão neste País querem a Copa do Mundo, e somente 20% estão, sempre, colocando uma pedrinha no sapato, dizendo que ela não vai sair, que isso não vai dar certo. O importante é que vocês estão fazendo. Eu estou vendo e lendo nos jornais sobre o trabalho incansável do João Bosco Vaz - quando é bom, temos que falar -, viajando a Brasília, buscando coisas boas para Porto Alegre, porque amanhã, no futuro, todas essas obras ficarão para Porto Alegre.

Então, é importante o caminho que vocês estão percorrendo, esse caminho que vocês estão lutando para fazer. Contem com o apoio deste Vereador aqui dentro, da nossa Bancada do PDT, porque a inclusão social é a nossa bandeira. Nós estaremos aqui para ajudar no que for possível, para que a possamos criar uma Copa do Mundo não de sonho, mas uma Copa do Mundo de realidade, verdadeira. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Secretário João Bosco Vaz está com a palavra para fazer as considerações finais.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Primeiramente, quero informar ao Plenário, especialmente ao Ver. Tarciso, que se pronunciou agora, sobre inclusão social: a FIFA também tem essa preocupação. Ela vai, a partir do segundo semestre, abrir inscrições para aquelas cidades-sede que já têm projetos sociais com futebol, como é o caso da Secretaria Municipal de Esportes, onde o senhor trabalhou e onde criamos o Projeto Social Futebol Clube - do qual o senhor fez parte, Projeto que atende 1,4 mil crianças - e o Projeto Em Cada Campo uma Escolinha, que é do Governo anterior, mas que nós mantivemos e aumentamos de 50 para 70 núcleos. Para quem já tem projeto social de inclusão através do futebol, a FIFA vai dar, por ano, 30 mil dólares, para fomentar esses projetos. Não é muito, mas ajuda. Vossa Excelência sabe que, no caso de Porto Alegre, a Secretaria de Esportes tem 200 mil reais para investir em tudo quanto é projeto no ano todo, e nem é o Orçamento. Então, esses 30 mil dólares que a FIFA vai dar por ano, para fomentar os projetos sociais através do futebol, serão muito bem-vindos para Porto Alegre, inclusive está aqui o Rogério Baú, que esteve presente nesse painel tratado pela FIFA. Em muitas cidades dizem: “Ah, eu vou fazer o projeto, então”. Não, é para quem já tem o projeto em andamento. Então, estamos preocupados também com isso. A Copa vai servir para isso.

Quero agradecer muito à Mesa desta Casa, ao Ver. Airto Ferronato. Repito o que disse no início: eu fiz questão e pedi que a Câmara nos recebesse aqui, para que o Secretário Baggio pudesse explanar o que está acontecendo em relação a obras, para que eu pudesse falar de outros aspectos que envolvem a preparação de Porto Alegre. Estamos aqui com os nossos gestores técnicos: Engenheira Eunice, Arquiteto Ernani, Engenheiro Schuch e Engenheiro Rogério Baú - todos têm uma mala, e nós temos um Baú! Não é, Baggio? Então, nós queremos agradecer a gentileza.

Estamos à disposição, e repasso o seguinte ao Plenário: das Câmaras Temáticas que vamos fazer, muitos daqui querem participar, mas, no convite, eu vou seguir o critério de chamar aqueles Vereadores que estão na Comissão Especial da Copa, criada pela Câmara. Porque, se esses Vereadores se interessaram em participar da Comissão, são os Vereadores que estão interessados em dar suporte às nossas Câmaras Temáticas: Meio Ambiente e Sustentabilidade; Serviços Públicos; Comunicação, Marketing e Eventos; Infraestrutura Esportiva; Mobilidade Urbana. Eu estarei oficiando ao Presidente da Comissão Especial, o Ver. Airto Ferronato, no sentido de que ele indique, dessa relação da Comissão, aqueles que comporão as nossas Câmaras Temáticas. De minha parte, muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado ao Ver. João Bosco Vaz, hoje Secretário da Copa.

O Sr. Newton Baggio, Secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, está com a palavra.

 

O SR. NEWTON BAGGIO: Gostaria de agradecer a oportunidade de manifestação e de apresentação dos nossos trabalhos. Estaremos à disposição sempre que chamados, seja para um evento deste tipo ou para uma conversa específica sobre algum tema que possa atender às demandas desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Agradecemos a presença do Secretário Baggio, do Secretário Bosco, dos engenheiros e arquitetos que nos acompanham. A Câmara agradece muito o comparecimento de todos. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h37min.).

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cássia – às 16h40min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Sebastião Melo está com uma palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a nossa Presidente não está aqui por uma razão muito justificada, está levando o abraço de todos nós ao Túlio Zamin, um quadro muito qualificado que vai dirigir o Banrisul.

Como eu protocolei, há minutos atrás, um recurso em relação a CPI da Saúde, eu quis socializar estas informações. Meu Líder Cecchim, eu quero aqui ratificar o que eu já disse em vários momentos: acho que a CPI nesta Casa ou nas Casas Legislativas é, talvez, o instrumento mais importante que existe. É verdade que no Brasil elas têm sido banalizadas. Agora, em relação, Presidente, à CPI que ora tramita nesta Casa, há dois recursos não enfrentados aqui: um de minha autoria e outro do Ver. Elói Guimarães. Naquele recurso, eu questiono a validade da assinatura da Verª Neuza e, no recurso que eu acabo de protocolar, estou pedindo a extinção da CPI pelos seguintes fatos e fundamentos: diz o Regimento desta Casa, de maneira meridiana, Ver. Pedro Ruas, que o funcionamento de uma CPI segue aquilo que funciona nas Comissões Permanentes, e V. Exª sabe disso, porque é um Vereador muito competente.

Em nenhuma das reuniões feitas estiveram presentes sete Vereadores. Portanto, eu não posso instalar a CPI se não havia sete Vereadores, porque diz o Regimento que tem que haver sete Vereadores. O Regimento diz, no seu artigo sessenta e poucos, que, constatadas três faltas consecutivas ou cinco alternadas, o Presidente da Comissão, de ofício ou provocado por um Vereador, deve comunicar à Presidente da Casa, para que ela providência tome. Mas o Ver. Pedro Ruas entendeu de usar a sua interpretação e, de imediato, destituiu os Vereadores. Diz lá, nos artigos - são vários os artigos do Regimento que dizem isto -, que, se a CPI não for instalada em cinco dias, ela se torna extinta.

Então, eu quero, e logo em seguida forneço àqueles que quiserem esta peça, dizer o seguinte: eu não posso ter dois Regimentos na Casa, Presidente Elói, que é um Vereador vintenário ou trintenário nesta Casa e sabe que podemos ter as nossas divergências, devemos tê-las, pois a unanimidade sempre é burra. O debate em alto nível, Ver. Nilo, não desqualifica a Casa, ele qualifica a Casa. Os deveres da Vereança são vários, sendo que um deles é observar o cumprimento do Regimento. A Verª Sofia não é Presidente nem do Governo, nem da oposição, ela é Presidente da Casa, e sei que ela age assim, porque a Presidência da Casa não serve para ser oposição e não serve para ser Governo.

Então, quero dizer, com toda a tranquilidade, que eu não posso, primeiro, tirar Vereador de reuniões que não existiram. Afinal de contas, instala-se uma CPI com quatro membros ou com sete? E aí, evidentemente, não havendo outra maneira, eu tenho que provocar via recurso. Se eu não me agrado de uma decisão de uma comissão, de um Presidente, de uma Presidenta, eu me socorro de forma legítima, democrática. No Estado Democrático de Direito, como é que eu me insurjo? Eu me insurjo recorrendo. Estou absolutamente convencido de que não houve quórum. Se quórum não existiu, não houve instalação. Se não houve instalação, tem que haver extinção.

Vou encerrar, Ver. Pedro Ruas, dizendo que, se a tese de V. Exª estiver correta - e a Justiça, até este momento, liminarmente, diz que vale a assinatura da Neuza -, Vossa Excelência cometeu um pecado capital, porque não poderia destituir Vereadores sem comunicar à Presidente. Isso é expresso no parágrafo único do artigo. Se a tese de V. Exª está correta, V. Exª, infelizmente - num linguajar bem popular -, atropelou, porque poderia dizer: “Comunico à Srª Presidenta que os Vereadores tais, tais e tais faltaram três vezes, solicito que V. Exª tome as providências.” Talvez, com vontade de acertar, assim não procedeu. Por isso entendo que a CPI tem que ser extinta, porque CPI tem que ser legalizada e regimentalizada. Muito obrigado, Srª Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Verª Sofia Cavedon, estamos com este importante debate, que envolve o Regimento da Casa, as suas disposições. Entrei com um Recurso à decisão da Presidência da Casa, por entender inobservado um dispositivo do Regimento. Por outro lado, tenho reiteradamente dito que não há um provimento, não há um juízo formatado, acabado, no que respeita a validade ou não - vejam bem - da assinatura da Verª Neuza Canabarro, Suplente de Vereador. Não há um provimento. Digam-me: “Está aqui, olha. Vale! Não vale!” Não há isso! Eu disse aqui e reproduzo que, por mim, não entrariam na Justiça - eu disse, está gravado aqui pela TVCâmara, eu me manifestei. Eu preciso esgotar todos os remédios que o Regimento me oferece, todos os remédios! E esses haverão de ser produzidos. Tão logo se votem os vetos, teremos aqui a Presidente, que é democrata. Ela vai mandar ao Plenário o Parecer sobre o nosso recurso, vai encaminhar; aí, vamos começar a decidir.

Por outro lado, eu diria aqui, Ver. Sebastião Melo, que vou subscrever o documento de V. Exª com reserva absoluta; à finalidade não, mas ao conteúdo, é o reconhecimento da CPI. Não se pode reconhecer como CPI o que vem ocorrendo com as reuniões presididas pelo Ver. Pedro Ruas, que são fiscalizações - e o Vereador pode fazê-las até, o Vereador pode fiscalizar, deve fiscalizar -, por uma razão básica, fundamental: o que não se constitui não pode ser desconstituído, gente! Seria necessário ter sete assinaturas para se constituir uma CPI. Uma vez constituída, sim, aí o Ver. Pedro Ruas começaria a excluir os que não compareceram três vezes. Mas esse elemento o Ver. Pedro Ruas ainda não tem, que é exatamente a constituinte da Comissão. A Comissão Parlamentar de Inquérito, como qualquer Comissão, tem um momento constituinte, e esse momento constituinte se encarta dentro dos princípios e regras que norteiam este ou aquele Plenário, enfim, este ou aquele órgão.

Portanto, fica aqui, Ver. Sebastião Melo, a minha observação: não há nada a desconstituir nessas reuniões que vêm sendo feitas pelo Ver. Pedro Ruas. Não é Comissão Parlamentar de Inquérito, porque ele não conseguiu constituir a Comissão Parlamentar de Inquérito, em que são necessários sete membros, sete integrantes. Então, eu acompanho, na finalidade, a iniciativa de V. Exª, mas deixo claro, até por um dever de foro íntimo, conhecendo um pouco o Direito, que não existe legalmente, na forma do Regimento da Casa, constituída uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

Quero dizer mais aqui, Ver. Pedro Ruas, já tenho pensado seriamente: estou pedindo reunião à nossa Bancada. Por quê? O preço está sendo muito alto. Esse preço está sendo muito alto, por quê? Como é que a coisa é examinada lá fora? Aqui eu estou defendendo questões formais, acho que tenho razão, mas, lá fora, o que está pensando o povo? Não se admire V. Exª se eu não pedir à minha Bancada que criemos as condições para se fazer essa CPI na forma da lei, para investigar. Nós não queremos de forma nenhuma! Fique claro isto: a Bancada do PTB e este Vereador não querem tapar o sol com a peneira, e nós não vamos fazer. Não vamos fazer. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: De forma muito respeitosa ao nobre jurista Ver. Elói Guimarães, quero dizer que ele está fazendo uma confusão, no meu entendimento. A Comissão foi constituída por V. Exª, ela não foi instalada, é diferente, é o que eu digo na minha petição. Ela foi constituída. Quando V. Exª determinou que os Líderes indicassem os nomes, os Líderes não indicaram, e V. Exª indicou, ela foi constituída; agora, no meu entendimento, ela não foi instalada.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Registrado.

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO RUAS: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Ver. Sebastião Melo, secundado pelo Ver. Elói Guimarães, no tempo de fala - e não secundado no sentido hierárquico -, coloca um tema que obviamente merece, como sempre, o nosso respeito. Mas estão ambos equivocados - ambos -, como estavam na questão da assinatura da Verª Neuza Canabarro. Agora o Agravo de Instrumento vai receber a mesma decisão, e eu sei que não vai convencê-los, é evidente; é uma posição política de Vossas Excelências que eu conheço e respeito.

Mas eu quero ler, porque é um debate jurídico, é sério e é importante. Repito que respeito, por isso respondo; se não respeitasse, não responderia. Ver. Elói Guimarães e Ver. Sebastião Melo, diz o caput do art. 61 do Regimento (Lê): “Os membros das Comissões Temporárias serão destituídos caso não compareçam a três reuniões ordinárias consecutivas ou cinco intercaladas sem motivo justificado, alterando-se, neste caso, o quorum das reuniões”. Serão destituídos. Aí, no parágrafo único, diz o seguinte (Lê): “Parágrafo único. Caberá ao Presidente da Comissão, de ofício, ou a requerimento de Vereador, informar ao Presidente da Câmara as ocorrências previstas no caput, [que eu acabei de ler], para as providências cabíveis”. Este Vereador fez as destituições e informou à Presidência. Exatamente isso!

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. PEDRO RUAS: Sim, é só isso! Informar porque... É uma obviedade. Eu poderia informar à Presidente, e ela poderia fazer a destituição.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. PEDRO RUAS: É bom recorrer ao Judiciário. Tem que recorrer ao Judiciário, é importante! É para isso que existe o Judiciário. Diz o Parágrafo único (Lê.): “Caberá ao Presidente da Comissão, de ofício [eu informo], ou a requerimento de Vereador [quer dizer que tanto faz], informar ao Presidente da Câmara as ocorrências [eu posso, ou o Vereador requer, Ver. Nilo Santos]”...

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. PEDRO RUAS: Não! Isso é V. Exª que está dizendo. Não está escrito isso. (Lê.): “informar ao Presidente da Câmara as ocorrências previstas no caput [...]”. Quais são as ocorrências previstas no caput? A destituição em função das faltas. E eu informei. Eu informei a S. Exª exatamente isso! Exatamente isso! O que diz o parágrafo único foi o que eu fiz. Fiz a destituição, Ver. Nilo Santos, Ver. Brasinha, Ver. Elói, Ver. DJ Cassiá, e informei à Presidente.

Aí me diz o Ver. Elói Guimarães: “Examinaremos a hipótese”. Mas, Vereador, é um direito! Eu não me sinto ameaçado! É um direito de V. Exª, como sempre foi um direito comparecer ou não. E eu digo em cada reunião da CPI. Como dizia o Ver. Sebastião Melo: “No mínimo, constituída”. Entendimento diverso de Vossa Excelência; na minha opinião, instalada! Na opinião e, certamente, do Judiciário, instalada. Mas, enfim, V. Exª tem todo o direito, como tinha o direito de comparecer e de não comparecer! E eu tenho dito que a ausência de um Vereador na Comissão traduz uma posição política. Eu digo isso em todas as reuniões, peguem as notas taquigráficas! E não há demérito em não comparecer. Talvez, em alguma circunstância semelhante, por outros motivos, em outras circunstâncias, eu me sentiria confortável em não comparecer. Não há demérito em não comparecer! Há uma posição política, que eu respeito, mas eu divirjo dela. Cada vez, Vereadora-Presidente Sofia Cavedon, que abro uma das reuniões da CPI, eu digo isto: “Com relação aos ausentes, respeitamos a posição”. É uma posição política, Ver. Nilo Santos, como é uma posição política a outra CPI, como é uma posição política a de cada um nesta Casa. Podemos divergir!

Presidente, Verª Sofia Cavedon, eu peço que me assegure o tempo para as conclusões, como para o Ver. Elói Guimarães. Então, o que ocorre? Nós temos, efetivamente, divergências nesse aspecto, mas a interpretação é muito simples, e foi cumprido o Regimento, Ver. Todeschini. O que está escrito aqui eu fiz! Aliás, repito, novamente, Ver. Toni Proença: evidentemente, Ver. Haroldo de Souza, há uma possibilidade correta, justa, legal, moral de ter divergência quanto à constituição da CPI, de não querer participar da CPI, mas não digam que está havendo atropelamento! Não aceito, Ver. Sebastião Melo, não aceito! Enviamos, imploramos, aguardamos por vários momentos que as Bancadas indicassem os Vereadores, e não quiseram indicar, não quiseram a investigação, não quiseram que a CPI funcionasse! É um direito, repito. Mas não venham dizer que este Vereador atropelou! Eu não atropelei ninguém! Eu cumpri o Regimento! E tenho cumprido pari passu e vou continuar cumprindo! Há divergência? Sim, há divergência. O Judiciário está aí para dirimi-las.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Verª Sofia Cavedon, Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste pela televisão e que nos acompanha nas galerias, venho a esta tribuna fazer não digo uma denúncia, Ver. Brasinha, mas a exposição de algo que me entristece muito. Ontem eu recebi o jornal Vitrine (Mostra o jornal.), em que consta esta notícia (Lê.): “Hípica conta com novo transporte”. Gostaria que a TVCâmara registrasse. É um jornal, se não me falha a memória, de 20 mil exemplares. O que me incomoda, senhores, é o seguinte... Não sei se o jornal fez de uma forma tendenciosa, se a matéria é paga ou não, o fato é que, como Presidente da CUTHAB que fui - eu ainda permaneço na Comissão, mas não como Presidente, da Comissão faziam parte alguns Vereadores, entre eles, o Ver. Nilo Santos, o Ver. Brasinha, Ver. Paulinho Rubem Berta, o próprio Ver. Engenheiro Comassetto e o Ver. Pedro Ruas, que é o nosso Presidente agora -, chamei o meu grupo de Vereadores e disse: “Vamos tomar um voto, vamos tratar os assuntos independente de questões políticas, vamos pensar nas pessoas”. E nós conseguimos, com a ajuda de todos os Vereadores e do Poder Público, equacionar uma série de problemas que já vinham se arrastando, alguns deles por uma década. Entre os problemas que caíram na CUTHAB, havia um que já estava há muitos anos tentando ser equacionado, que era com relação a transporte, ao ônibus lotação da Zona Sul, principalmente com relação à Ipanema e Hípica.

O que me incomoda é que no jornal Vitrine, numa reportagem de uma página, o nome do Ver. Comasseto é mencionado quatro vezes. O Ver. Comasseto não está aqui no plenário; se ele estiver no seu gabinete, eu gostaria muito que ele viesse aqui, até para que não dissessem que o Ver. Elias Vidal está falando pelas costas do Ver. Comasseto. Eu respeito o Ver. Comasseto, sempre procurei ter com ele uma relação cordial, ética. Nós precisamos consultar o jornal para saber se a matéria é paga, para saber de onde o jornal tirou que o Ver. Comasseto resolveu o problema. Para informação dos senhores e de quem me ouve pela televisão, a respeito do que o Ver. Comasseto havia solicitado, outros Vereadores, como a Verª Maria Celeste - porque não é só ele que se preocupa com a Cidade, ele não é o único Vereador -, já haviam solicitado isto, ou seja, novas linhas. Era nesse caminho que o Ver. Comasseto estava indo. E essa linha, senhores, foi negada a qualquer um, inclusive à Verª Maria Celeste. Não obstante ser legítima a preocupação da Vereadora com o transporte público desta Capital, entendemos que existe, na prática, óbice legal. Ponto. Em relação a essa linha, a proposta do Ver. Comassetto também teve óbice. Então, o que foi resolvido foi o que a CUTHAB resolveu junto com os órgãos públicos, Ver. Brasinha, Ver. Nilo, Ver. Elias, Ver. Paulinho Rubem Berta, Ver. Comassetto.

Só tenho 30 segundos, há alguma outra forma de eu continuar a minha fala legalmente, Srª Presidente? Alguém pode me ceder algum tempo? Eu estou em Liderança.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu vou segurar um pouco para a sua conclusão. Não temos tempo para agregar neste momento, infelizmente.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Então, para concluir, Srª Presidente: o que tem que ficar bem claro e o que eu preciso saber é se esse jornal recebeu um release pronto. Se recebeu, é grave, porque então não existe Câmara de Vereadores! Então, os 36 Vereadores não estão trabalhando. Então, vou botar na minha casa dizendo: “Prefeitura, CUTHAB, gabinete”, tudo na minha casa, eu não preciso mais da instituição! Eu preciso saber. Vou verificar como é que o jornal escreve uma coisa que não existe, porque não foi dessa forma. E, se recebeu matéria encomendada ou paga, do meu ponto de vista é crime, é falta de ética! Até que eu saiba, eu vou voltar outras vezes a esta tribuna e acredito que os demais Vereadores também vão se pronunciar. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TV Câmara, público presente nas galerias, eu queria registrar que estive, com a Presidente Sofia Cavedon, a Verª Maria Celeste e o Ver. Aldacir Oliboni, na posse do Túlio Zamin na presidência do Banrisul. Além de integrar o excelente quadro técnico que o PT tem, eu já conhecia o seu trabalho junto à Carris e ao Banrisul. E, nesse tempo em que ele foi da Administração Pública, eu fiquei seu amigo. Então, fiz questão de prestigiar a sua posse e a do Flávio Lammel, excelente Prefeito de Victor Graeff, que assumiu agora a Vice-Presidência do Banrisul.

Mas eu venho a esta tribuna para tentar, Ver. Haroldo, explicar algo às pessoas que me cobram. São poucas as pessoas que assistem à TVCâmara, mas há pessoas que assistem. E está bem difícil entender, Ver. Toni, e são pessoas com um grande poder de entendimento, mas elas não estão conseguindo entender a CPI da Saúde, Presidente Sofia. Agora mesmo eu fazia uma brincadeira com o nosso colega Sebastião Melo, que eu tenho em grande conceito, ele está no seu terceiro mandato, com dois mandatos de Presidente desta Casa. Eu não consigo admitir que o Ver. Sebastião Melo esteja enganado, pior ainda para quem nos assiste; eu não consigo admitir que o Ver. João Antonio Dib esteja enganado; eu não consigo admitir que o Ver. Elói Guimarães esteja enganado; eu não consigo admitir, Ver. Brasinha, que o Ver. Reginaldo Pujol, com a sua larga experiência, esteja enganado; eu não consigo admitir que esses Vereadores estejam enganados quanto à posição que têm, não desfazendo dos outros Vereadores, quanto à Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde.

Eu fiz uma brincadeira, naquele momento, Dr. Raul, com o Ver. Sebastião Melo, quando os membros da Comissão estavam reunidos com a Presidente. Eu tenho a maior admiração - e é verdadeira - por Vossa Excelência, Presidente, que tem conduzido a Casa da melhor maneira que acha que deve ser, e eu concordo plenamente. Só que V. Exª, Presidente Sofia, tem, sim, Sebastião Melo, sofrido pressão de seus colegas. A Presidente Sofia, a quem eu admiro, por quem coloco a minha mão no fogo, tenho plena confiança moral e ética pela Presidente Sofia Cavedon... Não era necessário, nunca vi... Realmente, eu só tive um mandato, mas estou sempre nesta Casa, faz vinte anos que estou nesta Casa. Eu tive só um mandato de titular, mas estou há vinte anos nesta Casa, e nunca nenhum Partido precisou vir aqui para dar sustentação para um Presidente. E eu não aceito que o seu Partido venha aqui para dar sustentação, porque a senhora não precisa, Presidente! A senhora não precisa. Eu a conheço de longa data, tenho a absoluta certeza de que a senhora não precisa.

Agora, eu fiz a brincadeira ali, e a brincadeira é séria, Presidente: os seus colegas estão levando a senhora a tomar algumas medidas que não são cabíveis, por causa da CPI. Eu sei que, talvez, já esteja num processo adiantado a CPI da Saúde, esteja em andamento, mas pessoas me perguntam lá fora, e eu tento explicar isso. Falei no nome de quatro Vereadores que têm uma longa carga nesta Casa; o que menos tempo tem, o Ver. Sebastião Melo, foi por duas vezes Presidente da Casa. Não é possível que eles estejam enganados. A Verª Sofia Cavedon não precisa de apoio de ninguém para dizer que tem ética, moral, que não está aqui à toa - desculpe-me pela palavra à toa; ela está aqui pelo trabalho que faz. Olha, eu imagino o que é ser Presidente, ser escolhida, ser indicada Presidente da Câmara pelo Partido dos Trabalhadores. Vossa Excelência tem um excelente trabalho. Eu sei que não se deixa levar, mas a pressão é muito grande. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada, Ver. Mario Fraga, a estima é recíproca.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, faço-lhe uma consulta inicial: posso usar o meu tempo de Grande Expediente junto com o de Liderança?

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O problema é que nós teríamos que ter a concordância dos demais Líderes, porque a Liderança precede.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Não, não quero atrapalhar a Sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Temos três inscritos...

 

O SR. LUIZ BRAZ: Não quero atrapalhar a Sessão. Falarei apenas em Comunicação de Líder, para deixar que os outros falem, depois eu falo em Grande Expediente. Agradeço a Vossa Excelência.

Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, como um Vereador que representa, pelo menos, uma parte da sociedade, não quero que nada fique sem investigação. Acho que nós, Vereadores, estamos aqui para investigar aquilo que é ilegal dentro do setor público. Existe uma mania, que não é uma mania dos Partidos da situação hoje, mas é uma mania criada pelo PT em nível nacional, em nível estadual e também aqui no Município: quando acontece algum problema ligado à Administração, todo o mundo se fecha e não permite que se faça a investigação, e as CPIs, então, viram apenas palco de discussões, sem que a gente possa realmente chegar a fundo nas investigações feitas.

Olha, eu posso dar vários exemplos, Ver. Elói Guimarães, acontecidos aqui em Porto Alegre, ou no Estado do Rio Grande do Sul; de repente, posso citar o próprio episódio do “mensalão”, o que aconteceu lá no episódio do “mensalão” todo mundo sabe. E, depois, houve outros episódios que não puderam ser investigados, como o da Petrobras, que foi um problema criminoso contra a sociedade: quando foi para fazer a CPI da Petrobras, não se pôde fazer. Aquilo tudo que estava acontecendo dentro da Petrobras ficou, infelizmente, sem poder ser investigado. Mas a população não é informada, e eu não sei por que os meios de comunicação evitam tocar nesses assuntos, e tudo isso fica sem ser discutido.

Com relação à CPI da Saúde, é claro que, se há problemas, eu quero que sejam investigados, mas não da forma como está sendo feito, porque aí o processo legislativo está sendo atropelado. Nós, Vereadores, estamos sendo atropelados. O Supremo Tribunal Federal coloca três itens para dar validade a uma CPI. O Supremo Tribunal coloca que precisamos ter um número de assinaturas, que, aqui, no caso, é de um terço; assinaturas que devem, Ver. Sebastião Melo, estar ali nos documentos, e os Vereadores têm que estar nos seus cargos no momento do protocolo, no momento em que é protocolado o documento. Ora, nós sabemos que isso não aconteceu com relação à Verª Neuza Canabarro. Então, esse item não foi satisfeito, e é o Supremo Tribunal Federal que coloca.

Por isso me chamou a atenção quando o Juiz da 1ª Vara da Fazenda não deu a liminar no processo que o Ver. Tessaro deu entrada. Surpreendi-me muito, mas eu acredito que esse erro deva ser corrigido futuramente, porque os tribunais não podem ser partidários, eles têm que ser profissionais nas suas decisões. E a decisão do Juiz da 1ª Vara, ao meu ver, não foi correta, porque tinha que estar de acordo com aquilo que é decidido pelo Supremo Tribunal Federal. Os prazos de validade da CPI - o outro item - estão todos eles satisfeitos. Mas esse item primeiro - primeiro -, que fala do número de assinaturas e de que o Vereador deve estar aqui no posto no momento do protocolo, não foi satisfeito. Então, é claro que a CPI não poderia estar andando. É claro que nós queremos a investigação, mas não dessa forma. Dessa forma, está desmerecendo esta Casa, e eu acho que esta Casa não merece isso.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores e Vereadoras, público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, quero aqui tentar dialogar com o colega Ver. Mario Fraga. Ele disse que, andando pela Cidade, um cidadão lhe perguntou: “Não entendi ainda o porquê de a CPI estar acontecendo. Quais seriam os fatos?”

 

(Aparte antirregimental do Ver. Mario Fraga.)

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: O Ver. Mario Fraga acaba de me dizer que teria dito, e eu concordo que as pessoas não estão entendendo o porquê da CPI. Eu diria que talvez falte para a opinião pública uma explicação um pouco melhor, mas acredito que os jornais já fizeram isso quando publicaram que o Governo Municipal, sob administração do Prefeito José Fogaça, tirou a FAURGS, entidade que gerenciava o Programa de Saúde da Família, e colocou uma nova OSCIP, trazida de São Paulo, não sei de que forma, entidade que passou a gerenciar o Programa de Saúde da Família em Porto Alegre, através de uma licitação que, segundo o próprio Ministério Público Federal e a Polícia Federal, no seu inquérito, não ocorreu, tendo a empresa sido favorecida. Essa mesma empresa, que durou um ano e meio no Município de Porto Alegre, teria desviado 9,6 milhões de reais dos cofres públicos.

Por isso o cidadão - que talvez venha a nos ouvir em outra oportunidade, quem sabe esteja nos assistindo pelo Canal 16, a TVCâmara - deve entender que a preocupação da Câmara de Porto Alegre é fazer com que esse dinheiro retorne aos cofres públicos. Aqui ninguém está perseguindo ninguém, aqui a maioria dos Vereadores, com certeza, é favorável a que esses recursos indevidos, cobrados do Poder Público ou desviados, possam voltar para os cofres públicos para serem transformados em políticas de Saúde com a implementação de mais unidades, com mais condições de trabalho e - por que não? - com mais contratação de trabalhadores, para aumentar a oferta aos cidadãos e cidadãs da nossa Cidade.

Nós entendemos muito bem que isso é importante para a Cidade, porque, de fato, foi legitimada a ação promovida pelos 12 Vereadores que assinaram o pedido da CPI. Tanto é verdade que, judicialmente, foi validada a assinatura que alguns Vereadores, os que sustentam o Governo, diziam que não tinha validade. Mas as assinaturas foram complementadas pela assinatura das Vereadoras Neuza Canabarro e Juliana Brizola, Vereadoras do PDT. Vejam só a grandeza dessas Vereadoras, elas percebem, ao contrário de alguns Vereadores, o quanto é importante saber se esse dinheiro foi ou não desviado, se será ou não devolvido. Afinal de contas, nem nós sabemos se são os 9,6 milhões de reais, pode ser mais ou pode se menos. O Governo admite um valor menor! Nós queremos saber qual é o montante, Ver. Proença, qual foi esse valor, onde está esse valor e se foi devolvido ou não. E a melhor forma de nós sabermos é ouvindo todos os agentes que se envolveram nesse processo: o Governo Municipal, o próprio Instituto Sollus, o Conselho Municipal de Saúde - que, inclusive, já depôs aqui, já foi ouvido -, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal, como tantos outros agentes que poderão contribuir com uma manifestação de interesse e de esclarecimento desses fatos.

Então, a CPI é fundamental para nós esclarecermos ao conjunto da sociedade onde está o seu dinheiro - o dinheiro com o qual o senhor pagou os seus impostos, o senhor, que foi lesado por uma empresa que, na verdade, gerenciava o Programa de Saúde da Família. Nós queremos que esse recurso volte, para ser transformado em serviço para o próprio cidadão, que, às vezes, não sabe para onde foi esse dinheiro. Então, para mim está claro. E muito mais claro do que isso é saber que a CPI está em andamento. Estaremos ouvindo na próxima quarta-feira, às 9h30min, o Ministério Público Federal, para poder, de fato, saber sobre o inquérito que estava em andamento e que agora está em outra instância. Com certeza, isso será fundamental para a sociedade, para a Cidade e para os cidadãos que hoje clamam pelo serviço de Saúde, porque as Emergências estão lotadas por falta de compromisso público, por falta de gestão, e as Unidades de Saúde estão, de certa forma, sem operar o atendimento de maneira ideal para a sociedade porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, esta semana eu procurei não falar desta tribuna sobre a Presidência, sobre a CPI, mas eu recebi um recorte, digamos assim - sinopse fica muito fino, e eu não sou tão fino assim! -, do Jornal do Comércio, e eu tinha uma dúvida, Ver. Sebastião Melo: será que o PT quer mesmo fazer aliança com o PDT, quer entrar para o Governo? Tem tanta sede de cargo? O Governo Federal e o Governo Estadual ganharam legitimamente e agora querem entrar pela porta dos fundos no Governo José Fortunati. Eu tinha essa dúvida, agora não tenho mais, Ver. Mario Fraga; eu não tenho mais nenhuma dúvida de que o PT quer uma “boquinha” no Governo José Fortunati. Eu fiquei até lisonjeado com o apoio - aqui diz dos comunistas, mas é do PCdoB, que também é comunista, mas é do Brasil, os outros são comunistas de ideologia - do PCdoB, que veio dar um reforço para a Presidente. E eu vejo aqui uma declaração que, no mínimo, eu não posso dizer infeliz, porque eu não sei se foi isto que a Presidente quis dizer, mas vou ler agora (Lê.): “Sofia reitera que os movimentos da Câmara não são para combater a gestão de Fortunati, e sim para questionar atos da administração do ex-Prefeito José Fogaça - PMDB.”

Eu não sei se foi isso que a Presidente quis dizer, se foi isso que ela disse mesmo, eu tenho que lamentar, de novo. Ela ficou com ciúmes porque o Prefeito Fogaça, já na época, antes de ela falar como Vereadora - e ela não falou, demorou um monte de tempo para falar isso, não era Presidente ainda -, encaminhou tudo isso para o Ministério Público, para o Tribunal de Contas, para a Polícia Federal, para onde tinha que encaminhar. E é por isso que os Vereadores ganharam o compartilhamento das informações, porque o Fogaça já tinha tomado essas providências. Se era isso que a Presidente queria saber, não há problema de responder, não há.

Não é igual ao irmão do Genoíno, que teve de botar dinheiro na cueca. Não é igual ao PT, à maioria dos grandes figurões do PT, que ganharam um “mensalão” e estão sendo processados. O Lula se escondeu, ele não sabia de nada naquela época; fez de conta que não sabia de nada. O Fogaça, não; ele teve uma atitude ordeira, uma atitude de homem público sério e mandou para as instâncias que tinha que mandar esse escândalo, no qual se está querendo “procurar chifre em cabeça de mula”. Agora, investigar, tem que investigar. Atropelar não é com a Presidente da Casa. É mais um episódio, e eu não vou condenar ninguém daqui, nem a Presidente; agora, se ela disse o que está no jornal, é mais uma coisa que nós temos a lamentar da nossa Presidente, da oposição.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; aqueles que nos assistem e nos acompanham; Srs. Vereadores; nossa Liderança, Ver. Mauro Pinheiro; também a Bancada majoritária daqui - eu não sei se ela é exatamente governista, mesmo tendo se pronunciado como tal, parece-me que já há um distanciamento e um hiato entre o Governo e a Bancada majoritária... Aliás, Bancada majoritária que deveria se espelhar na atitude do Governador Tarso Genro, que, quando houve um problema...

 

(Aparte antirregimental do Ver. Idenir Cecchim.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Quer, sim, senhor! Quer, sim, senhor! Quer CPI no Detran e estimula que todas as Prefeituras também o façam, porque é dever das Câmaras passar a limpo aquilo que está obscuro. E houve muitas coisas obscuras no Governo que foi substituído, Ver. Idenir Cecchim, a quem admiro muito e respeito demais. Houve a questão do lixo, que não foi passada a limpo, em que iriam ser desviados 250 milhões de reais, e a licitação foi anulada na Justiça! Houve a questão da tentativa de contratação de empresas terceirizadas para realizar o cadastro do ISSQN, envolvendo a quadrilha do Detran, foi anulada na Justiça também. Duas ações: uma ação civil pública e uma ação popular deste Vereador. Houve a questão do Reluz, e a licitação foi anulada na Justiça pelo Ver. Guilherme Barbosa.

Nós queremos investigar um fato determinado - por isso é uma CPI: o desvio de 9,6 milhões de reais. Não adianta dizer aqui que o Prefeito mandou inscrever em dívida ativa e denunciou ao Ministério Público depois que extinguiu o contrato, até porque o Instituto Sollus, contratado, foi uma empresa fantasma, que não existe e não tem como devolver! Por isso o Ministério Público Federal denunciou, como os dois únicos responsáveis, José Alberto de Medeiros Fogaça e Eliseu Felippe dos Santos - que não está mais aqui, portanto não pode responder -, mas quem tem que responder pelos atos de gestão, de responsabilidade, é o Prefeito que foi eleito e que não está mais na Cidade. Portanto, não há nenhum mistério: há um fato determinado, há o mínimo de assinaturas e um procedimento regimental, um procedimento correto, liso, como deve ser, da nossa Presidente e do Presidente da CPI, que é o Ver. Pedro Ruas. Ambos estribados, totalmente, no Regimento Interno, que é este documento, que é esta matéria. (Mostra o Regimento Interno.)

Não há dúvidas, não há o que questionar, ainda que questionamentos sejam feitos por quem discorda, porque é um direito, é legitimo, porém não amparado em fundamento. Esses que discordam têm direito de discordar, porque esta é uma Casa onde a divergência é um dos direitos fundamentais; aqueles que acham que não é legal têm o direito ou de não de participarem ou de questionarem na Justiça. Eu tenho certeza de que não vão encontrar guarida, não vão encontrar respaldo. Por quê? Porque a Presidente, a Verª Sofia Cavedon, está totalmente estribada neste documento, que é a nossa bíblia, que é o Regimento, que deve ser seguido e que é a garantia das maiorias e das minorias; portanto, assim devemos proceder.

Digo à maioria que não temos que temer nada; temos é que investigar, porque é dever desta Casa passar a limpo todos os assuntos sobre os quais pairam dúvidas. E, sobre essa questão da Saúde, sobre essa questão da contratação do Instituto Sollus, há uma certeza: os recursos foram desviados, e eles têm que retornar aos cofres públicos, porque isso faz parte do papel e da obrigação desta Câmara. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Solicito ao Ver. Toni Proença que assuma a presidência dos trabalhos, para que esta Vereadora possa se pronunciar em Tempo de Presidente.

 

(O Sr. Toni Proença reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Tempo de Presidente.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu não entrarei no debate, que me parece importante, mas, uma vez a Justiça tendo se manifestado, tomando inclusive uma posição sobre o nome da Verª Neuza Canabarro - apesar de mesmo a Justiça ter as suas polêmicas -, considero que a Casa tem uma orientação que corrobora uma decisão judicial, que corrobora a compreensão da Procuradoria da Casa, e essa compreensão é que orientou os meus passos e as minhas decisões. Acho que o bom debate deve continuar; certamente, o resultado disso - quero aqui falar para os telespectadores - será uma Cidade mais vigiada, mais controlada, com um recurso público melhor aplicado.

Eu queria compartilhar com todos a decisão que tomou a Mesa Diretora e Lideranças na segunda-feira, pois nós organizamos as atividades da Câmara para a Semana de Porto Alegre. Neste segundo bimestre, a nossa ideia é trabalhar o direito à Cidade, e estamos trabalhando o direito da criança e do adolescente. O Ver. Pujol vem construindo uma revitalização da Ouvidoria: hoje o Ver. Toni Proença esteve no Mercado Público; amanhã é o dia do Ver. Nedel, para fazer o nosso plantão do meio-dia no Mercado Público. Tem-se trazido para as Reuniões de Mesa e Lideranças a avaliação daquele espaço, propostas de melhoria daquele espaço de interlocução com a população, uma sugestão do Ver. Pujol e aprimorada pela Mesa e Lideranças. Então, agora, sábado, na abertura da Semana de Porto Alegre, faremos uma Ouvidoria mais alongada no Mercado Público, das 9h às 15h, que será a nossa abertura da Semana de Porto Alegre. Gostaria que nós, Vereadores, pudéssemos nos concentrar às 10h, para fazer um ato de abertura.

Nós chamaremos a Semana de Porto Alegre - não poderia deixar de ser, porque já vínhamos construindo assim de “Direito à Cidade Direito de Todos”. De propósito, a arte que o Jorge, do Memorial, desenvolveu trabalha com o tema das bicicletas, da harmonia do verde com a Cidade. A nossa Câmara fará, no dia 7, Audiência Pública das bicicletas; estamos pautando Copa, estamos pautando metrô, estamos preocupados com a transformação que a Cidade está vivendo e que tem que ser no sentido da humanização. Depois da nossa abertura no sábado, nós vamos abrir, na segunda, aqui no plenário, a exposição sobre o Morro Santa Teresa, que foi uma demanda desde o ano passado do movimento em defesa do Morro. Teremos, às 14h, uma Tribuna Popular do Morro Santa Teresa. O Morro Santa Teresa pode ser simbólico e emblemático de uma Cidade mais equilibrada.

Destaco algumas atividades: na terça-feira, teremos o filme “Em Teu Nome” aqui na Câmara, iniciando o nosso Projeto do Cineclube. O debatedor será o Diretor do filme, o Paulo Nascimento, e teremos atores do filme para bater papo com as pessoas presentes. Para a quarta-feira - o Ver. Dib não está aqui, mas ele nos assiste -, estamos preparando algo para o aniversário dos 40 anos de Vereança do Ver. João Antonio Dib. Na quarta-feira e na segunda-feira, à noite, teremos debates do Conselho Tutelar nas regiões. Depois, vamos passar para vocês a programação, que é o desdobramento da discussão e da qualificação da eleição do Conselho Tutelar. Na quinta-feira, a nossa Quinta Temática terá uma fala sobre a criança e o adolescente, às 14h, com o Dr. Afonso Konzen, comparecimento organizado pela nossa Escola do Legislativo. Às 15h, Ver. Mauro, instalaremos a Frente Parlamentar do Metrô. Aí Prefeitura de Porto Alegre, na última semana de preparação do projeto do metrô, vem dialogar com esta Câmara sobre o projeto que deverá protocolar no Ministério das Cidades, no Ministério do Planejamento, logo no início de abril, quinta-feira que vem, dia 24. Ainda na quinta-feira, teremos a primeira Sessão da criança e do adolescente, com participação do estudante aqui no plenário.

Culminando, no domingo, dia 27, levaremos a Ouvidoria da Câmara para a Redenção, em comemoração ao aniversário da Cidade, e lá lançaremos o nosso Caderno das Leis Municipais, Ver. Mario Fraga. Em todas essas atividades, estaremos distribuindo panfletos do nosso material sobre o Conselho Tutelar, sobre os instrumentos de proteção à infância e à adolescência. Assim, no domingo, dia 27, eu gostaria que todos os Vereadores se organizassem, para estarmos na Redenção, para a culminância da Semana, com este material; estaremos com o nosso Caderno das Leis Municipais relativas aos direitos da criança e do adolescente. O nosso mote da Semana de Porto Alegre será os direitos da criança, o direito à Cidade.

Vamos começar um novo período logo depois da eleição do Conselho Tutelar, que é o debate sobre a circulação na Cidade, o seminário que a Mesa Diretora está encaminhando, a Audiência Pública das bicicletas, e aí construiremos, com o conjunto dos Líderes, as próximas ações. A partir do fim da tarde de amanhã, estaremos entregando a programação, para todos os Vereadores terem as informações, para participarem, para proporem atividades que não estejam incluídas. Muito obrigada pela atenção de todos.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos trabalhos)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Luciano Marcantônio.

O SR. SEBASTIAO MELO: Conspícua Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu sei que o Ver. Oliboni está na Casa e deve estar retornando ao Plenário. Ele disse assim: “Perguntam por aí por que não sai a CPI da Saúde”. Perguntam por aí por que a assessora da Stela Farias está metida no negócio dos pardais. Perguntam por aí por que o Sr. Tarso Fernando Hertz Genro propõe um teto salarial de 17 mil reais e dá, aos seus assessores, 24 mil. Perguntam isso na rua várias vezes. Perguntam por aí por que, para os CCs, aumento de 100% e, para os professores, minguados 8%. Perguntam por aí por que uma série de coisas que eu poderia passar aqui na tribuna. Perguntam por aí, Ver. Todeschini, por exemplo, por que o Sr. Campani - que foi condenado a devolver quase dois milhões por falcatrua no lixo - transferia até os bens que tinha no seu nome, para não serem penhorados, para ele não devolver o dinheiro; perguntam por aí. Então, vamos lá.

Esse debate não pode ser desse jeito, Ver. Mauro. Se V. Exas querem enfrentar esse campo, eu estou aqui para enfrentá-lo. Alguém que gosta de um bom debate está aqui. Eu não posso ter um discurso no Governo e outro na oposição. Eu, que falo pela minha Bancada, e o Cecchim não fomos à CPI da Saúde deliberadamente, porque não vou convalidar aquilo que é um absurdo jurídico.

Há uma decisão liminar, não tem julgamento de mérito, eu não vou entrar nisso, mas quero dizer que o PT, Ver. Cecchim, que hoje vem a esta tribuna se vangloriar de uma decisão liminar é o mesmo PT que, em 2001, contratou o Ministro Eros Grau a preço de ouro ou por favor político - eu não sei, porque depois ele foi ser Ministro do Supremo, ou pagou ou depois pagou com cargo. O Sr. Tarso Genro, com olho no Piratini, contratou, fez uma peça de 42 laudas para desconstituir a CPI do Jardim Leopoldina, quando tinha gente do Governo vendendo chave e trocando por voto. Eu estou mentindo, Srs. Vereadores? Estou falando alguma inverdade? Quando o Ver. Sebenelo e o Ver. Goulart encabeçaram em 2004 uma CPI da Saúde, os mesmos Vereadores do PT foram para a Justiça, porque diziam que se estava investigando demais, que estava além do fato. O que eu estou falando está disponível no meu gabinete ou lá no Protocolo da Casa, é só pegar. Se alguém quiser cópia, eu dou; dou até o xerox. Vejam as manifestações do Marcelo Danéris, do Estilac Xavier, de todos eles, ou não são dos seus Partidos? Pediram desfiliação? Ah, estão lá no núcleo do Piratini e fazem parte daqueles que receberam aumento do CC, mas o funcionário não recebeu.

Então, Ver. Toni, V. Exª e tantos outros que me dão assistência aqui - quero agradecer ao Ver. Marcantônio, que me cedeu o tempo; vou ceder tempo para ele quando for o meu Grande Expediente -, volto ao seguinte, Verª Sofia: eu já disse antes, acho que V. Exª não errou, V. Exª deu uma interpretação, mandou constituir a Comissão, constituiu a Comissão, porque os Líderes não indicando deliberadamente... Não quiseram indicar, por quê? Porque entendiam de não indicar; e V. Exª, baseada não no Regimento, mas numa busca do Supremo em matéria similar, entendeu de indicar, e indicou. Pois bem, a CPI começa a funcionar.

Há o Regimento da Câmara e o Regimento Especial da CPI. O que diz o nosso Regimento? O nosso Regimento diz que para reunir, para funcionar, para instalar, Ver. Mario Fraga, tem que ter sete Vereadores; nunca teve sete. Teve três, teve quatro, teve cinco; mas sete nunca teve. Então, não há instalação da Comissão. Eu pergunto: com a responsabilidade que nós temos, sendo oposição ou sendo Governo, isso é transitório na vida da gente. Os senhores acham que uma comissão que funciona não ao abrigo do Regimento pode convocar pessoas para depor? Botar no jornal, colocar na rádio: “Fulano vai depor”? Pode fazer isso? Vocês acham que isso está correto? Os senhores acham que está correto eu buscar dados de uma CPI que não foi instalada? Sinceramente, sinceramente, é disso que nós estamos falando! E aí não tem por que isto: uma Bancada da base do Governo quer, a outra não quer. Governo é governo, ou não é governo!

Portanto, nós não temos nenhuma dificuldade. O Prefeito Fogaça, cá para nós, cá para nós... Não, não é este Prefeito, é o Presidente Lula, é o Presidente Fernando Henrique, é o Prefeito Fogaça, é o Governador Collares, isso é uma expressão respeitosa com quem cumpriu elevados cargos. Os senhores conhecem, os senhores sabem que há problemas em todos os Partidos. Agora, os senhores sabem da decência, da correção do José Fogaça. Então V. Exas jogam penas ao vento e fazem um jogo que é um teatro chinês, porque uma hora abraça com o Fortunati, leva o Fortunati para a sala da Liderança do PT, fazem conversas que não vêm para a imprensa, dizem que vão investigar o Fogaça, mas o Fortunati querem apartear... Sinceramente! Olha, eu sou antigo, eu já tenho cabelos brancos, mas é um jogo que eu ainda não consegui compreender, Ver. Cecchim! Não consegui compreender!

Portanto, eu quero debater exaustivamente esse tema. Mas os meus amigos do PSOL, pelos quais eu tenho o maior carinho, esta Vereadora brilhante - e juventude sem rebeldia não é juventude - e o Pedro, que eu conheço de tanto tempo, que já foi Vereador aqui pelo PDT, que hoje está no PSOL, que já flertou com o PT! Mas, cá para nós, ele tinha um grande interesse pela CPI da Juventude. Bastou que ele não fosse o Presidente da CPI da Juventude, e ele virou as costas para a CPI da Juventude como o diabo vira para a cruz.

Então, meus queridos Vereadores, perguntam-me por aí várias coisas. Perguntam-me por aí por que botaram o ex-Presidente da Câmara, o João Paulo Cunha, na Comissão de Justiça. Para dar um status como Presidente da Câmara, para mostrar que ele é um sujeito elevado e que tem que ser absolvido lá! Perguntam por aí por que o Lula dava passaporte para os seus filhos, para suas netas, para suas tias. Perguntam por aí várias coisas!

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: Vossa Excelência permite um aparte?

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Engenheiro Comassetto, eu lhe concedo, desde que não seja por um tempo excessivo.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: Muito obrigado, meu amigo jurista, Ver. Sebastião Melo. A CPI da Saúde foi implantada e está em exercício nesta Casa conforme o nosso Regimento. Porém, a maioria não aceita a CPI, e essa é a discussão política, Ver. Melo, e o senhor é uma das lideranças dessa maioria. O senhor defendeu a tese aqui da judicialização desse processo, só não assinou. E perguntam por aí por que o Sebastião Melo não assinou o processo que foi à Justiça - colocou outro colega. Portanto, agora que a Justiça deu uma liminar - e o senhor sabe muito bem que podem recorrer trezentas vezes, já tem jurisprudência -, não vão desconstituir uma decisão judicial sob uma disputa interna de um Parlamento. Perguntam por aí qual é o medo que tem a maioria, da qual o senhor faz parte, de ir para dentro da CPI se compor como maioria, inclusive, porque é três sobre nove que compõem os doze. E perguntam por aí: “Será que os 9,6 milhões que foram desviados da Saúde foram utilizados por muitos que não querem compor a CPI?” Essas respostas nós precisamos dar. Eu tenho certeza absoluta de que o senhor não se conjuga a essas perguntas que fazem por aí. Então, eu queria trazer o contraditório aqui, porque judicializar um tema que é da política não foi e não é o melhor caminho para nós aqui no Legislativo, que construímos a opinião pública de uma cidade.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: Vossa Excelência permite um aparte?

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Concedo um aparte a V. Exª, Ver. José Aldacir Oliboni, que representa aqui, com o Ver. Nedel, a Cúria Metropolitana.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: Nobre colega Vereador, foi um discurso brilhante! Estamos num assunto muito sério, que é a discussão da CPI na Câmara de Vereadores. Vossa Excelência, Ver. Sebastião Melo, estava, em 2007, acompanhando esses fatos. Em 2008, inclusive, recebeu o Conselho, várias entidades que alertavam o Governo sobre a legitimidade da licitação e depois sobre o desvio de recursos. Eu queria ouvir o senhor respondendo o seguinte, se possível: o senhor é a favor ou contra que esses recursos desviados retornem aos cofres públicos para serem investidos na Saúde? O senhor é a favor, ou não reconhece, ou não imagina que foram desviados tantos recursos? Eu gostaria de saber de V. Exª, que sempre foi fiel, um grande Vereador: esse dinheiro tem que voltar ou não?

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Respondo com uma singeleza. O meu Líder, o Prefeito, fez o que tinha que fazer, como qualquer gestor público. Não é botar debaixo do tapete. Ao tomar conhecimento, de ofício, ele determinou que o Procurador-Geral mandasse o Tribunal de Contas fazer uma inspeção especial, e assim foi procedido. O Prefeito mandou para o Ministério Público, e lá está o procedimento. Vossa Excelência sabe disso! Diferente de gestores do seu Partido, que fazem muito diferente!

Da mesma forma, Ver. Oliboni, eu poderia dizer a Vossa Excelência: está bom, houve o desvio do Instituto Sollus, vamos buscar o dinheiro, mas vamos fazer uma compensação com o DMLU, que tem dois milhões para devolver; os bens que estavam no nome do Dr. Campani já não existem mais, não tem nem uma casinha para penhorar, nenhum carrinho, nenhuma geladeira! Mas eu acho que está na hora de o Diretório Municipal do PT dizer: “Não, eu estou assumindo esses dois milhões! Vou depositar para fazer mais dois galpões de reciclagem, espalhados lá pela periferia”. Mas não vi V. Exª com essa reclamação, dizendo: “Ah! Mas o dinheiro do DMLU tinha que voltar”.

Acho que tem que voltar o dinheiro do DMLU, tem que voltar o dinheiro do Sollus, tem que voltar o do “mensalão”, tem que voltar o dos “pardais”. A Drª Stela tem que explicar por que aquela moça estava ao lado da assessora dela lá no Detran, até agora não falou nada. Não vou usar a expressão gazela, mas era, assim, atilada naquela CPI do Detran, e agora vem o negócio dos “pardais”, e a moça está do lado dela! Mas ela não fala nada, é um silêncio sepulcral. Eu não disse gazela, mas a atitude parecia, às vezes, de gazelagem lá na CPI - dizem por aí, eu não estou dizendo.

Por isso, Presidente, respeitosamente, quero continuar este debate, é uma pena que não tenhamos mais uns três Grandes Expedientes, porque eu queria ver aqui a Bancada petista, com a sua fúria fiscalizatória - às vezes, imagino que eles sejam da UDN, porque a UDN matou o Getúlio! É um falso moralismo! Vossa Excelência, Ver. Adeli, está fora disso. O Oliboni, às vezes também, um pouquinho. Srª Presidente, muito obrigado. Saudações calorosas e afetuosas aos meus colegas que estão aqui no plenário. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Grande Expediente, por cedência do Ver. Luiz Braz.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, eu não tenho a habilidade do Ver. Sebastião Melo em fazer um discurso e sair aplaudido por toda a Bancada do PT, em forma de risos e abraços. Mas eu também, em homenagem à sua fineza, Presidente, à sua educação logo após a minha fala, quero dizer que estou encerrando esse assunto de contestação ou de cobrança à Presidência. Encerro por aqui. Em nenhum momento eu quis ofender a Vereadora, a Sofia, de Veranópolis. Eu contestei algumas atitudes da Presidente, não da Vereadora, não da Sofia. E quero dizer que vou continuar fazendo os debates aqui.

Hoje, olhando as manchetes dos jornais, vejo que já começou a fazer água um assunto de que falei ontem: “Espero que o conselhão não seja para calar algumas pessoas da sociedade”. Ontem já deu a primeira baixa. Anton Karl Biedermann pediu demissão do Conselho. Antes da primeira reunião! Antes da primeira reunião, o Biedermann pediu demissão do conselhão do Tarso. Aquele conselhão, que é assim: “Vamos botar o cara para perto; quem sabe...”. Ele já saiu. Então, começou a vazar água. Eu não sei o que houve, Ver. Adeli Sell.

 

O Sr. Adeli Sell: Vossa Excelência permite um aparte?

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Eu lhe dou de imediato um aparte, para V. Exª não ficar muito nervoso.

 

O Sr. Adeli Sell: Eu não estou nervoso, porque isso não me surpreende. Eu acho que um dos maiores nomes do liberalismo gaúcho deveria, de fato, ter sido convidado para o Conselho, porque é uma pessoa notória da Cidade. Mas ele tem outro modus operandi de fazer política, de fazer o embate, de tratar de questões econômicas. Então, se fosse uma debandada meio geral ou de outras personalidades... Mas ele tem uma posição diferenciada e respeitada na Cidade, ele não é também de fazer pirotecnia, é do pão, pão, queijo, queijo! Temos visões diferentes, mas nós nos respeitamos muito, porque usamos da mesma vertente de seres humanos decentes - a coerência.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Eu lhe agradeço. Ainda bem que temos muitas pessoas com o mesmo entendimento de Vossa Excelência, de liberdade de expressão.

 

O Sr. Carlos Todeschini: Vossa Excelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Cecchim. Este é o valor da democracia: o contraditório, o parlar, o debater aqui nesta Câmara. Mas, em relação ao Conselho, que foi instalado ontem, quero dizer que há uma lista de espera de mais de duzentos candidatos, todos respeitáveis - empresários, lideranças, intelectuais, professores universitários -, pessoas que gostariam de ter assento no Conselho. Infelizmente, o Conselho está limitado a um número entre noventa e cem membros. Mas é uma instância fundamental para construir o futuro para o Rio Grande, algo que interessa a todos. Obrigado pela concessão do aparte.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado pelo seu aparte. Acho que essas pessoas realmente querem contribuir com o Rio Grande, eu não sou contra o Conselho, ao contrário. Lembro que o Governador Rigotto participou ativamente do Conselho que o próprio Governador de hoje coordenava no Governo Federal. Então, não tem em mim um adversário o Conselho, só espero que ele seja representativo da sociedade e que o Biedermann, ou os biedermanns, que são liberais, façam a sua apologia dentro do Conselho também.

Eu vejo outras notícias: “A Assembleia discute pouco e aprova muito”. Isso é aquela maioria de que a oposição aqui reclama, Ver. Bernardino. A maioria está esmagando! Lá serve, aqui não! Ver. Sebastião Melo, dizem por aí que há bastantes afiliados de Deputados que votam também nesses aumentos extraordinários, mas isso faz parte. Estão perguntando por aí, Ver. Sebastião Melo, quantos albergues poderiam ser feitos para as pessoas doentes do Interior com esse aumento dos quinhentos e poucos CCs. Isso era um compromisso do Governador Tarso Genro, que agora quer que isso seja da Lei da Responsabilidade Social; ou seja, vai estourar lá nas empresas, no nosso bolso, de cada um, de cada dia. Mas isso é uma matéria tão urgente, mas que não está saindo nem do papel - a questão dos albergues para as pessoas que precisam fazer tratamento! E é uma promessa de campanha. Muitos Deputados foram até cassados e recobraram seus mandatos por causa dos albergues - e nada de albergue!

Aí, eu vejo a Maria Bethânia ganhar, desse Conselho, o direito de buscar um milhão e trezentos mil para fazer um blog, Ver. Sebastião Melo! Dizem por aí que é porque ela é amiga da turma de Brasília, daquela senhora irmã do Chico Buarque. Essa senhora não é a primeira que está fazendo isso, estão dizendo por aí que isso é um pagamento pelo apoio do Chico Buarque na campanha. Dizem por aí que, de PAC em PAC, não está saindo obra. Do primeiro PAC, não saiu, 30% não foi gasto. Aí vão dizer: “Faltam projetos”. Então, por que lançam o segundo PAC? Dizem por aí que é para fazer pirotecnia. Pirotecnia! Agora, está na hora de todos nós começarmos a trabalhar para frente, para fazer as coisas, para funcionar, para parar de fazer de conta! Nós não podemos mais fazer de conta, Ver. Sebastião Melo!

Nós estamos procurando a tal gestão de que o Ver. Mauro Pinheiro fala tanto; gestão - ainda bem que o Vereador está lendo bastante e começou a pegar alguns jargões empresariais. Aliás, eu sempre homenageio o Mauro Pinheiro, porque ele teve coragem de dizer que empresário também é trabalhador, e isso está mudando o conceito do PT, do próprio Governador Tarso Genro, que veio diferente do que o Governador Olívio Dutra. Veio tão diferente que eu fiquei muito feliz ontem, porque houve uma votação do Fundopem. Ver. Todeschini, há coisas que devem ser aplaudidas, o PT refletiu sobre aquilo que nós dissemos. Eu era Secretário-Adjunto da Indústria e Comércio na época da votação do primeiro Fundopem, eu ia com o projetinho, como chamavam, embaixo do braço, lá na Assembleia, falar com o Selvino Heck, com o nosso ex-Prefeito Raul Pont, com o Fortunati, nosso atual Prefeito, e não me lembro mais qual era o outro Deputado - eu acho que era o Adão Pretto -, falar e explicar para eles como era. Eu ganhei até muitas contribuições pela crítica. Então, a oposição faz bem quando critica e mostra as coisas que estão erradas.

Eu fiquei feliz ontem, quando se discutiu e se aprovou o Fundopem, para o bem do Rio Grande. Incentivo não é pecado; incentivo, quando bem dado, é bom, ajuda a harmonizar o desenvolvimento. No caso de ontem, foi para a Metade Sul. Que se use muito dinheiro para a Metade do Sul, para terminar com a seca de Bagé. Todos os anos há seca lá! Vamos botar lá um sistema que possa diminuir essa seca. Agora tem Secretário de Agricultura de Bagé, eu vi, numa fotografia, há bastante gente de Bagé: o Lara, o Schmidt, um monte de gente. Que eles usem o dinheiro, bem usado, na Metade Sul para fazer cisterna, para fazer poço artesiano, mas que usem, porque quatro anos passam rápido. Quatro anos passam rápido.

 

O Sr. Sebastião Melo: Vossa Excelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Aliás, dizem por aí que vai ter um cursinho, feito pelo Lara, de como ser Secretário, porque, em todos os Governos, ele é Secretário. Dizem por aí que ele vai dar um cursinho de como ser Secretário!

 

O SR. IDENIR CECCHIM: É, eu acho que é isso que o pessoal do PT aqui está tentando! Vou participar do Governo Fortunati também...! Estão tomando café, estão se oferecendo muito. Eu estou desconfiado de que o cursinho já começou, Ver. Sebastião Melo. Estou desconfiado. Estão dizendo que já começou.

Agora, eu vejo também que começaram a faltar recursos para a nossa Cidade, recursos para a duplicação poderão ser cortados - falo da duplicação da Av. Protásio Alves. São aquelas coisas do PAC, da Caixa Federal. A Caixa Federal, aliás, comprou o Banco do Silvio Santos, Ver. Toni Proença, por uma fortuna - 49% do Banco -, e não fizeram auditoria. O Dr. Biedermann, que se retirou do Conselho, faz parte da Biedermann Bordasch Auditores Associados, ele não foi consultado, ele não é da turma. E, se alguma auditoria foi consultada, tem que prender o dono, porque compraram um Banco podre. Foi um prejuízo de mais de quatro bilhões. E aí começa a faltar dinheiro para duplicar a Av. Protásio Alves.

Há alguma coisa boa aqui também: o uso da bafômetro. Acho que está bem! O Vice-Governador está coordenando isso, e eu acho que, quando é para salvar vidas, o esforço é válido, isso tem que ser enfrentado.

Agora eu estou aqui preocupado com uma pesquisa do IBOPE que mostra que 72% dos brasileiros são contra a volta da CPMF. Pois o Governador Tarso Genro, sem ser instigado por ninguém, só tinha conversado dentro dos gabinetes, provavelmente com a Presidenta, foi o primeiro a pedir a volta da CPMF. Mas eu não entendi o Governador Tarso Genro. Por que ele fez isso com tanta pressa? E aqui a população não quer - 72% não querem saber disso.

E nós temos uma notícia. Estão dizendo por aí, Ver. Sebastião Melo, que, depois que o Paim se elegeu, a notícia apareceu. Depois da eleição! Estão dizendo que a aposentadoria deve sofrer uma minirreforma. Qual é a primeira que eles estão pegando? A idade do brasileiro! Daqui a pouco vêm mais anos de contribuição. Mas, vem cá, o Senador Paim e o Partido do Senador Paim não atacaram isso quando se tentou fazer a reforma? O pior de tudo é que o Ministro era um Senador a favor da reforma naquela época. O primeiro coerente é o Ministro, mas toda a turma do Planalto era contra. E, agora, V. Exª falou, Ver. Sebastião Melo, da Secretária Stela Farias, que tinha uma veemência... Eu até ficava assistindo à televisão e via aquela veemência, aquela voz forte, grossa, exigindo transparência no DAER. Pois olha: “Fraude em licitações obriga estradas a ficar sem pardais até setembro”. Mas não foi no dia 2, 3, 5 ou 20 de janeiro que apareceu isso; apareceu agora, em março, Ver. Sebastião Melo. Em março! Esse pessoal ficou cercando a Secretária Stela Farias até agora. Eu acho que ela estava gostando da companhia, senão já tinha trocado.

 

O Sr. Sebastião Melo: Vossa Excelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Essa Deputada, agora Secretária, foi Prefeita da nossa coirmã Alvorada e pegou os minguados recursos do fundo de previdência dos servidores e aplicou naquele banquinho, no Banco Santos, e o dinheiro foi embora, voou, voou! Ela é especialista nessa matéria, ela conhece bem essa área e está sendo processada por improbidade administrativa.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Quem sabe ela deu assistência à Caixa Federal para comprar o Banco PanAmericano também. Pode ser que sim. Só falam por aí, só dizem por aí! Mas isso eu não vou falar, porque eu não sei se ela teve a felicidade de participar disso! Quero dizer também que nós temos que parar de “dizem” e “perguntam” - nós fizemos isso hoje. Está na hora de todos os governantes serem mais coerentes, e toda oposição deve ter coerência e responsabilidade, o que está faltando muito nos últimos tempos aqui nesta Casa.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está encerrado o Grande Expediente.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1588/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 073/10, de autoria do Ver. Pedro Ruas e da Verª Fernanda Melchionna, que institui o Plano Emergencial de Recuperação de Passeios Públicos e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0939/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/11, que cria 3 (três) cargos de provimento efetivo de Analista de Tecnologia da Informação (TI), no Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), que passam a integrar o Anexo I da Lei nº 6.203, de 3 de outubro de 1988, alterada pela Lei nº 6.412, de 9 de junho de 1989.

 

PROC. Nº 0940/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 011/11, que cria 221 (duzentos e vinte e um) cargos e extingue 39 (trinta e nove) cargos de provimento efetivo na Administração Centralizada do Município.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não há inscritos para discutir a Pauta. Está encerrada a discussão da Pauta.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h11min.)

 

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